Depois da utilização do aparelho de Estado na recolha de imagens de crianças para tempos de antena do PS, dos interrogatórios a alunos de uma escola em Fafe, e da perseguição movida a Presidentes de Conselhos Executivos críticos da política da ministra, eis que agora um professor coordenador foi demitido apenas por não ter "mobilizado" suficientemente a comunidade escolar para a inauguração de uma biblioteca. O Bloco de Esquerda quer que a ministra se explique no parlamento. Vê o requerimento.
No requerimento, o Bloco de Esquerda revela a sua preocupação com "uma série de situações de instrumentalização e intimidação das escolas e dos seus órgãos por parte do Ministério da Educação". Na conferência de imprensa em que explicou a decisão de chamar a ministra ao parlamento, a deputada Ana Drago enunciou a sucessão de abusos:
"Tivemos as imagens de Castelo de Vide que foram recolhidas com a participação de estruturas do ministério para o tempo de antena do PS, tivemos a Inspecção-Geral de Educação a fazer interrogatórios a alunos numa escola e a visitar os presidentes dos conselhos executivos que contestaram o regime de faltas do Estatuto do Aluno e soubemos agora que num momento em que havia uma inauguração de uma biblioteca escolar, o presidente da Câmara achou que nesse domingo de manhã não havia lá gente suficiente e fez queixa ao novo director da escola, que resolveu destituir o coordenador"
Sobre este novo caso de Fafe, Ana Drago lembra que "o que está em causa é a aplicação do novo modelo de gestão das escolas que dá poderes totalitários ao director, de nomear e destituir coordenadores a seu bel-prazer". E acusa o novo modelo de gestão de promover o "caciquismo". "Percebemos agora que as escolas vão ser instrumentalizadas para as diferentes inaugurações e que os directores não devem zelar pela qualidade educativa mas têm de arregimentar pessoas para inaugurações de bibliotecas escolares", rematou a deputada do Bloco.
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