You are here
Bloco alerta para o perigo dos transgénicos
No comício realizado ontem à noite em Santa Luzia (Tavira), Miguel Portas lembrou que a Assembleia Metropolitana do Algarve aprovou este ano, por unanimidade, uma moção com vista à criação de uma Região Livre de Organismos Geneticamente Modificados e exigiu ao Governo que tome medidas contra a produção dos transgénicos, que podem constituir um "seríssimo problema de saúde pública". Intervindo logo a seguir, Francisco Louçã denunciou as consequências sociais das políticas liberais de José Sócrates, que vão conduzindo a sucessivos aumentos dos níveis de desemprego e ao aumento das desigualdades entre ricos e pobres em Portugal.
Veja também o dossiê sobre transgénicos elaborado pelo Esquerda.net em Abril deste ano.
"A maioria da população portuguesa ainda hoje não sabe o que são Organismos Geneticamente Modificados (OGM), não sabe que se produz em Portugal milho transgénico e não sabe que os únicos detentores das sementes são as multinacionais" , afirmou Miguel Portas em Tavira, lembrando que este tipo de alimentos pode constituir um "seríssimo problema de saúde pública".
Miguel Portas considerou que o Governo deve revogar a Portaria (904/2006) que regula a criação de transgénicos, advertindo para o perigo da produção e consumo destas substâncias e denunciando os interesses de grandes multinacionais neste sector. Para o deputado europeu, é inaceitável que essa Portaria abra caminho para que se contrariem decisões democraticamente assumidas por orgãos municipais e regionais. De facto, segundo a actual legislação, basta que haja um agricultor interessado em produzir OGM para que se suspendam as regiões livres de transgénicos. Para Miguel Portas, a lei não pode permitir essa flagrante violação da vontade da maioria por uma decisão individual.
"O que não está bem é o modo como nós assumimos responsabilidades. Porque é o tempo que regula o clima mas, são os seres humanos que detêm o relógio e são as multinacionais que detêm o monopólio da produção de sementes, que têm sede de lucro. Esse ciclo tem de ser alterado e só pode ser alterado por todos nós, começando pela revogação desta portaria", defendeu o eurodeputado do BE.
Após a intervenção de Miguel Portas, Francisco Louçã denunciou as consequências sociais da políticas liberais de José Sócrates, que vão conduzindo a sucessivos aumentos dos níveis de desemprego e ao aumento das desigualdades entre ricos e pobres em Portugal. Louçã referiu-se em concreto às dificuldades que os jovens sentem para conseguir uma colocação, aos contratos precários e à extinção de trabalhos como a pesca artesanal por falta de condições para lhe dar continuidade.
A abertura do comício, que reuniu algumas centenas de espectadores, esteve a cargo de José Manuel do Carmo, do núcleo de Tavira do BE. Antes, realizou-se um jantar - convívio com a participação de algumas dezenas de aderentes e amigos do Bloco de Esquerda no Algarve e durante a tarde foi inaugurada a sede do Bloco de Esquerda em Tavira.
O Bloco de Esquerda vai prosseguir com os comícios no Algarve. Hoje à noite Francisco Louçã vai estar em Monte Gordo, às 21h30 na Av. Infante D.Henrique.