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Bandeiras provocaram a demissão de Mega Ferreira

berardo_megaO presidente do Centro Cultural de
Belém (CCB), António Mega Ferreira, apresentou hoje uma
carta, datada de ontem, demitindo-se da presidência do Conselho
de Fundadores da Fundação Colecção
Berardo. O empresário Joe Berardo tinha pedido hoje a demissão
de Mega Ferreira. Em entrevistas à televisão, Berardo
multiplicou-se em insultos ao administrador do CCB, que foram de
mentiroso a doente mental, passando por prima-dona e pela insinuações
de que "não gosta de trabalhar". A decisão de pedir
a demissão de Mega Ferreira, porém, foi provocada pelo
facto de este não ter querido pôr as bandeiras do Museu
Berardo fora do Centro Cultural de Belém

"Deveria ter posto as bandeiras do
Museu Berardo fora do CCB. Comprámos as bandeiras e ele não
quis pôr as bandeiras. Queria pôr as bandeiras do CCB. O
chefe de gabinete da ministra da Cultura telefonou-lhe a pedir, mas
ele não obedeceu", queixou-se Berardo.

Na carta de demissão de
presidente da Fundação Colecção Berardo,
Mega Ferreira escreve que quando aceitou o "honroso convite"
em Maio de 2006, teve como única intenção "dar
para o exterior a imagem de uma certa unidade de propósitos
entre a Fundação Berardo e a Fundação
Centro Cultural de Belém". Mega Ferreira acrescenta que
vai continuar a representar a Fundação CCB no Conselho
de Fundadores.

O museu Colecção Berardo
foi inaugurado segunda-feira à noite.

À SIC, Berardo anunciou que iria
pedir a demissão de Mega Ferreira. "Vou pedir-lhe para
resignar ao posto que eu tive a amabilidade de oferecer (...) o que
nós queremos aqui não é ‘prima-donas', quero
pessoas que trabalham comigo e possam viver isto como eu, do
coração", disse Berardo.

O empresário quer que António
Mega Ferreira abandone também o Conselho de Fundadores da
Função Colecção Berardo: "Nem veio
visitar uma vez as obras nem a montagem. Como sendo parte da mesma
casa, ignorou completamente. Eu que não sou presidente, ele é
que é, já angariei 20 fundadores a cem mil euros cada
um. Ele nem a uma pessoa falou. Deve estar aqui a brincar",
afirmou.

O empresário questionou ainda se
Mega Ferreira andará "chateado com esta operação
do Museu Berardo ou se está zangado por outras razões,
por eu vir de famílias humildes e ele talvez vir de famílias
de sangue azul", afirmou.

O Museu Berardo foi constituído
por um protocolo assinado entre o Estado português e o
empresário madeirense que fez fortuna na África do Sul.
O protocolo previu a cedência de todo o Centro de Exposições
do CCB à fundação privada de Berardo. O CCB
ficou assim privado da maior sala de exposições do
país, que passou a ficar dedicada exclusivamente à
colecção do empresário. Além disso, o
protocolo previu um investimento de 500 mil euros por parte do Estado
só para aquisição de novas obras, fora todos os
custos de logística e de adaptação do espaço,
que também ficaram a cargo do Estado. Se entretanto o Estado
não reunir condições para adquirir a colecção,
não há quaisquer garantias de que esta permaneça
no país, apesar dos investimentos entretanto feitos. Mas o
argumento de que a colecção tinha de ficar em Portugal
foi central para justificar a assinatura.

 

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