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Bancos privados com lucros milionários

dinheiro_eurosApesar da crise económica que Portugal se debate, os bancos privados continuam a registar lucros fabulosos: Os quatro maiores bancos privados portugueses registaram lucros de quase dois mil milhões de euros em 2006, mais precisamente 1935,5 milhões, um crescimento de 30,5% face a 2005, segundo revela o Diário de Notícias.
Os bancos beneficiaram de dois factores: as margem financeiras a crescer, impulsionada pela subida dos juros e de um reduzido aumento dos custos, com a expansão do crédito a impulsionar o negócio.
De entre os quatro grandes privados, o maior crescimento dos lucros coube ao Banco Espírito Santo (BES), com uma duplicação dos seus resultados num ano. O banco explicou o bom exercício com a captação de 150 mil novos clientes particulares e 700 empresariais, com a sua margem financeira a crescer 12% e as suas comissões a subirem 10%. No que respeita a resultados, todos os quatro grandes cresceram acima dos 20%.
A melhoria do rácio de eficiência, que atende aos proveitos gerados sobre os custos despendidos, foi igualmente uma constante em 2006, para a grande banca privada portuguesa. Embora a actividade comercial tenha corrido bem, boa parte destes ganhos de eficiência resultaram de uma contenção significativa nos custos. Na maior parte das instituições, os aumentos nos gastos operacionais resultaram da expansão internacional em que estão envolvidos, como foi o caso do BPI, cujo crescimento no mercado angolano justificou um aumento de 11% nos custos operacionais. O "campeão" no rácio de eficiência foi o Santander Totta, que fechou 2006 com 40,2%.
Com a margem financeira a crescer entre os 5,2% do Santander Totta e os 12% do BES, o comportamento da outra importante rubrica do produto bancário - as comissões - é igualmente de assinalar. O seu crescimento situou-se entre 9% do Banco Comercial Português (BCP) e os 21,9% do Santander Totta.
Em relação às comissões, o seu aumento foi fortemente sustentado pelo desempenho dos serviços a clientes nas operações internacionais e no comissionamento ligado à gestão de empréstimos concedidos.
No crédito à habitação, o BCP apresentou o maior crescimento, com uma subida de 12,8% no mercado doméstico, enquanto nos três restantes o aumento ficou entre os 8 e os 9%.
Do lado dos recursos captados, de salientar o maior dinamismo na captação de poupança de clientes através de novos produtos financeiros, em detrimento dos tradicionais depósitos. Estes registaram mesmo um decréscimo, em relação a 2005, no BCP (menos 2,7%) e no Santander Totta (menos 2,5%). No total, os recursos cresceram entre os 2% do BCP e os 14% registados pelo BES.

 

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