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Avaliação: parlamento deixa tudo na mesma, professores voltam a manifestar-se

Cinco movimentos de professores organizam a manifestação deste sábado, às 14h30, em frente ao Palácio de BelémA proposta do CDS/PP que determinava a suspensão do actual modelo de avaliação de professores foi novamente chumbada, com 116 votos contra e 113 a favor. Há duas semanas atrás o projecto do Bloco de Esquerda não passou por apenas um voto. Goradas as expectativas sobre as votações parlamentares, os professores concentram agora as suas energias na manifestação deste sábado em frente ao Palácio de Belém.  


A maioria PS chumbou hoje o diploma do CDS-PP para suspender o modelo de avaliação dos professores imposto às esoclas pelo governo. Os deputados do PS Manuel Alegre, Eugénia Alho, Júlia Caré, Teresa Portugal e a independente Matilde Sousa Franco votaram a favor do diploma, bem como a totalidade dos deputados do Bloco de Esquerda, CDS/PP, PCP, PEV e PSD (neste partido faltou um deputado por motivo de doença).

Os deputados do PS João Bernardo e Odete João, que tinham anteriormente votado favoravelmente o mesmo porjecto-lei, desta feita votaram contra.

Um dos momentos do debate foi quando Augusto Santos Silva, ministro dos assuntos parlamentares, classificou a vitória do governo como a vitória dos deputados livres. "A derrota do projecto do CDS será a vitória da agenda reformista do Governo. (...) Será a vitória dos deputados livres que não se deixam chantagear, daqueles que não estão na câmara corporativa a defender interesses profissionais, estão na Assembleia da República a defender os interesses dos portugueses", afirmou o ministro dos assuntos parlamentares, numa intervenção fortemente criticada por toda a oposição.

Manuel Alegre, já há saída do plenário, responde a Santos Silva: "Desagradaram-me os termos da intervenção do ministro dos Assuntos Parlamentares, porque ser deputado é realmente uma questão de liberdade e de responsabilidade, mas não nos termos em que ele se referiu à liberdade e responsabilidade. Quero aqui dizer que eu não respondo perante ele, nem perante nenhum ministro", frisou. "Votei a favor da dignidade da escola pública. Considero que a defesa da dignidade da escola pública implica a alteração do actual modelo de avaliação", acrescentou o histórico dirigente do Parido Socialista.

Esta não foi a primeira vez que o parlamento chumbou a suspensão do actual modelo de avaliação de professores. Numa delas, há exactamente duas semanas, fê-lo por apenas um voto de diferença, em relação ao projecto de lei do Bloco de Esquerda.

Depois deste ponto final nas expecativas do parlamento resolver a crise na educação , os professores concentram agora as suas energias na mobilização para a concentração nacionald e professores deste sábado, às 14h30, em frente ao Palácio de Belém.

O protesto é organizado por cinco movimentos de professores, que não contarão com a poderosa logística dos sindicatos. "Não temos a máquina nem a logística própria dos sindicatos. Nem sequer temos capacidade financeira para alugar autocarros. Daí o lema 'uma escola, um autocarro', para serem os próprios professores escola a escola a organizarem-se", explicou à Lusa Octávio Gonçalves, coordenador do movimento Promova, fundado em Vila Real.

"Esta conflitualidade arrasta-se já há tanto tempo que é necessária a intervenção do Presidente da República. O que está em causa é o ambiente nas escolas e a necessidade de os professores se concentrarem nas aprendizagens dos alunos, numa altura em que estamos a entrar numa fase decisiva do ano escolar", acrescentou Octávio Gonçalves.

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