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Autarcas querem unidade de saúde transfronteiriça

Depois de ficarem sem os serviços de atendimento permanente, os autarcas do Alto Minho querem alternativas melhores que a oferecida pelo governo. Foto Paulete MatosCinco municípios do Alto Minho querem ver aplicado o acordo luso-espanhol de cooperação sanitária, para que o centro hospitalar de referência passe a ser em Vigo. E já trabalham com parceiros galegos no estudo das alternativas.


"O hospital de Vigo está a 10, 15 minutos da fronteira", explicou o presidente da Câmara de Melgaço que lidera também a Uniminho. Esta plataforma reúne também os municípios de Monção, Valença, Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura - do lado português, e mais 16 municípios galegos da província de Pontevedra.

Os autarcas pedem a rápida aplicação do acordo assinado na cimeira de Zamora, em Janeiro do ano passado, e que foi publicado a 19 de Março no Diário da República. "Tendo este acordo como chapéu, a Uniminho decidiu agora avançar com um estudo de cooperação transfronteiriça, na área da saúde, que posteriormente será apresentado aos governos dos dois países", referiu Rui Solheiro.

"A ideia é que um cidadão do lado português possa recorrer livremente aos cuidados de saúde galegos e que um cidadão galego se possa socorrer nos hospitais e centros de saúde portugueses", acrescentou. O hospital Mexoeiro, em Vigo, poderá tornar-se na referência hospitalar para os 61 mil habitantes daqueles cinco concelhos portugueses, por ter um acesso mais rápido do que a alternativa em Viana do Castelo.

O estudo para fazer o diagnóstico dos serviços e equipamentos de saúde nas duas regiões e propor formas de prestação de serviços de saúde transfronteiriços será efectuado após concurso público entre cinco universidades portuguesas e espanholas, com o "caderno de encargos" já encomendado à Universidade do Minho. Conhecido o resultado, os autarcas comprometem-se a defender as propostas concretas de cooperação junto dos respectivos governos.

A decisão de avançar com uma solução transfronteiriça surge na sequência do encerramento nas últimas semanas dos serviços de atendimento permanente de Valença, Melgaço, Paredes de Coura e Arcos de Valdevez.

Rui Solheiro, citado pelo jornal "El Pais", sublinhou a necessidade de "trabalhar mais em cooperação nesta nova Europa sem fronteiras. Portugueses e espanhóis estiveram muitos anos com as fronteiras fechadas e vivendo de costas voltadas uns para os outros", disse o líder da Uniminho, que não se quis pronunciar sobre o protesto das bandeiras espanholas em Valença.

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