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"Aumento dos preços está a comer salários e pensões mais baixas", avisa Louçã

Francisco Louçã esteve no alentejo e pronunciou-se sobre a crise alimentarO dirigente do Bloco de Esquerda esteve no Alentejo e falou da crise alimentar e dos seus efeitos sobre a bolsa dos portugueses. Louçã defendeu o aumento intercalar dos salários para acompanhar a inflação, disse que a Política Agrícola Comum tem "prejudicado os agricultores" e tirou uma conclusão quanto à política do governo:  “Se nós importamos metade da alimentação, porque grande parte da nossa terra não é produtiva, então isso significa que a política agrícola está errada”.

 

"O que precisamos é de ter o suporte da produção agrícola que crie emprego e oportunidades e, sobretudo, que responda a este aumento de preços porque ele está a comer os salários e as pensões mais baixas em Portugal”, afirmou Louçã.

A subida acentuada do preço dos produtos alimentares esteve no centro das preocupações de Francisco Louçã em visita à Ovibeja. “Podemos chegar a produtos que têm o dobro do preço que tinham há dois anos, no princípio de 2007. Isto não é comportável do ponto de vista das famílias”, diz o deputado do Bloco, lembrando que a inflação "já está acima dos 2,1 por cento que o Governo estava a prever”.

"Os produtos que importamos estão mais caros. O leite, o arroz, as massas, os óleos, as farinhas, todos os cereais”,  com aumentos que variam já entre “os 30 por cento e os 74 por cento”, a que se junta também o preço da carne, que pode vir a aumentar sete por cento. Uma situação que requer medidas para evitar que os que “hoje ganham muito menos, sejam tão penalizados”. Para o Bloco de Esquerdam, o aumento intercalar dos salários torna-se necessário, para que o trabalhador  “não tenha que esticar o salário até ao fim do mês”.

Na maior encontro agro-pecuário da região, Louçã deixou ainda críticas à Política Agrícola Comum (PAC), cuja actual revisão permanece "uma incógnita". Já sobre a avaliação da PAC até agora, o dirigente bloquista não tem grandes dúvidas. Ela "tem sido sempre um instrumento de financiamento que, veja o caso português, é dedicado, em grande percentagem, às maiores superfícies e não cuida de um equilíbrio da produção agrícola que respeite o pequeno produtor e que, sobretudo, pense na produção de emprego e na criação de capacidade produtiva”.

Comentando a situação da agricultura no Alentejo, com a expansão do olival na zona do Alqueva, Louçã defendeu que o Alentejo “não pode ficar preso a nenhuma monocultura”.

“A grande preocupação que temos é a de que o país possa ser mais auto-suficiente do ponto de vista alimentar”, reiterou Louçã, que acredita que essa é também uma preocupação da generalidade da população, quando observa que “produz-se menos do que o que era preciso para responder às necessidades de alimentação”.

Antes de visitar a Ovibeja, Francisco Louçã esteve em Serpa reunido com vários produtores agrícolas a quem o ministério da Agricultura recusou os projectos de electrificaão rural. Para Louçã, eles  “sofrem uma situação que é espantosa, 34 anos depois do 25 de Abril”. “É o facto de haver, por exemplo, uma queijaria que tem 20 trabalhadores e em que ainda se produz através de geradores porque a EDP ainda não instalou electricidade”, uma responsabilidade que o dirigente do Bloco aponta ao ministro Jaime Silva, por não ter cumprido a promessa de instalar electricidade na zona.
 

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