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"Aumento da exclusão reforça défice democrático", diz Louçã

Louçã fez a intervenção de ab ertura na audição sobre exclusão social no distrito de Lisboa. Foto Paulete Matos"Mil e trezentos milhões já foram gastos no BPN, quando não se viu, por exemplo, dinheiro para aumentar as pensões", afirmou Francisco Louçã na abertura da audição sobre pobreza e exclusão social que decorreu este sábado na Amadora. A iniciativa do Bloco contou com a presença de técnicos, activistas de vários bairros da periferia lisboeta e dirigentes associativos do distrito.

 


"Em Portugal pode-se descobrir, nove anos depois, que um banco comprou outro banco e não se sabia. Ninguém sabe porque o tráfico da fortuna é protegido pelo segredo, isto só se pede aos pobres. Esta absoluta desigualdade, esta absoluta falta de respeito é uma forma de dívida em Portugal", acrescentou o deputado bloquista.

Louçã comentou ainda o orçamento suplementar apresentado na véspera pelo governo, dizendo que eme veio "confirmar mais miséria, desemprego e dificuldades" e não responde à situação de "emergência" do país, onde considera existir um "défice democrático". Para o Bloco de Esquerda, a projecção do índice de desemprego para 8,5% em 2009 "a pior notícia de todas", anunciando o aumento da pobreza.

O dirigente bloquista falou para uma plateia onde se encontravam activistas e membros de associações locais do distrito de Lisboa, sublinhando que não é por falta de meios que os governos não enfrentam a pobreza em Portugal. "Se hoje a dívida aumentou, se a exclusão aumentou, nunca foi por falta de recursos. O problema é haver recursos a mais para quem não precisa ou os usa dentro desses rios de dinheiro que são, por exemplo, os paraísos fiscais". Dou outro lado estão as "chagas da pobreza e da exclusão" que configuram um "défice democrático" e uma situação de "emergência" a que o governo, na opinião de Louçã, não tem dado nenhuma resposta.

Louçã apelou ainda à mobilização "dos activistas, da força popular e da força da esquerda" para combater a pobreza e as políticas erradas na distribuição da riqueza em que "há uma parte da economia que vive na tramóia" é que só a oposição e a  contestação dos mais necessitados pode travar.


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