Assassinato de “Kuku”: Relatório da PJ aponta para “homicídio negligente”

24 de January 2009 - 16:56
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Um relatório da Polícia Judiciária aponta para um crime de homicídio não qualificado, mas negligente, no caso do jovem “Kuku”, de 14 anos, morto a tiro por um agente da PSP. Segundo o jornal Expresso deste Sábado, a versão do agente da PSP já foi alterada várias vezes. O agente da PSP permanece ao serviço, mas desarmado e sem contacto com o público.

Segundo o jornal, o relatório da PJ afasta a hipótese de execução, porque o tiro teria sido disparado de lado. Afasta também a hipótese de legítima defesa, perante as discrepâncias existentes em relação à forma como o agente da PSP terá abordado o jovem e à distância que se encontrava quando disparou. Recorde-se que o agente da PSP tinha referido, na primeira versão, que disparara a cerca de dois metros, mas o exame pericial concluiu que o tiro foi disparado a cerca de 10 centímetros da cabeça do jovem.

A PJ e o Ministério Público também têm duvidas quanto à versão sustentada no auto do incidente, onde constam dois outros agentes como testemunhas, que podem incorrer num crime de falsas declarações. Note-se ainda que não houve nenhuma testemunha do tiro e os amigos do jovem consideram que ele era incapaz de ter uma arma na mão.

Segundo o jornal Expresso, fontes da Direcção Nacional da PSP consideram que o comunicado do Comando de Lisboa que defendeu a tese da legítima defesa, sem usar a expressão, foi "precipitado" e "demasiado corporativo". No entanto, a PSP não voltou a emitir nenhum comunicado, mantém-se silenciosa e, segundo o jornal, oficialmente diz não conhecer os resultados do exame pericial que determinou que o tiro foi disparado acerca de 10 centímetros da cabeça do jovem.

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