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Armando Vara suspende mandato no BCP

Armando VaraO vice-presidente do BCP Armando Vara pediu a suspensão do mandato no banco liderado por Carlos Santos Ferreira, anunciou esta terça-feira a instituição. Vara é arguido no processo "Face Oculta", investigação relacionada com crimes económicos de um grupo empresarial de Ovar que integra a O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, a que está ligado o empresário Manuel José Godinho.

Em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, o presidente do Conselho Geral e de Supervisão do Millennium BCP adianta que recebeu esta terça-feira, "com efeitos imediatos, um pedido de suspensão do mandato como vice-presidente e membro do conselho de administração executivo que lhe foi apresentado" por Armando Vara.

Este pedido "será submetido à reunião do Conselho Geral de Supervisão do próximo dia 11 de Novembro", conclui Luís de Melo Champalimaud, no comunicado.

O accionista do Banco Comercial Português (BCP) Joe Berardo considerou hoje que a suspensão de Armando Vara das funções na vice-presidência da instituição "até que seja provada a sua inocência" foi uma "decisão digna" da parte do gestor.

"Foi uma decisão que veio da parte dele, uma vez que precisa de tempo para provar que é inocente. É digno da parte dele enfrentar a situação desta maneira", disse Joe Berardo em declarações à agência Lusa. Berardo lamentou os factos relacionados com Armando Vara no âmbito da operação "Face Oculta", frisando que se trata de "um grande trabalhador".

"Só tenho que agradecer a disponibilidade dele em ter decidido resolver a situação desta maneira", acrescentou.

O governador do Banco de Portugal considerou esta quarta-feira que "o sector bancário precisa de exemplos" e que "foi importante que Armando Vara tivesse suspendido o seu mandato" como vice-presidente no Millennium BCP.

"O sector realmente precisa de exemplos e, felizmente, tem sido possível em vários casos identificar as irregularidades, por vezes com atrasos, porque as coisas estão bem escondidas", disse Vítor Constâncio aos jornalistas à entrada de uma conferência na Universidade de Lisboa.

A Polícia Judiciária desencadeou no dia 28 de Outubro a operação "Face Oculta" em vários pontos do país, no âmbito de uma investigação relacionada com alegados crimes económicos de um grupo empresarial de Ovar que integra a O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, a que está ligado o empresário Manuel José Godinho, que está em prisão preventiva, no quadro deste processo.

No decurso da operação foram efectuadas cerca de 30 buscas, domiciliárias e a postos de trabalho, e 14 pessoas foram constituídas arguidas, incluindo Armando Vara, vice-presidente do Millennium BCP, José Penedos, presidente da Rede Eléctrica Nacional, e o seu filho Paulo Penedos, advogado da empresa SCI-Sociedade Comercial e Industrial de Metalomecânica SA, de Manuel José Godinho.

Um administrador da Indústria de Desmilitarização da Defesa também foi constituído arguido no processo “Face Oculta”, segundo o presidente da EMPORDEF, a holding das indústrias de defesa portuguesas.

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