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Apesar da sentença de morte

 

NASRALLAH APARECE HOJE EM PÚBLICO
nasrA incerteza paira sobre a mega concentração que se realiza hoje no Sul de Beirute para assinalar a passagem do primeiro mês sem guerra, após a "divina vitória" de Agosto. A concentração conta com a presença de Hassan Nasrallah, sobre o qual Israel emitiu uma ordem de execução, reafirmada após o cessar fogo. A sua aparição em público, mesmo que envolvido por centenas de milhares de pessoas, estabelece uma oportunidade para a sua concretização, circunstância que está a ser levada a sério no país dos cedros.

O jornal do principal opositor interno do Hezbollah, Saad Hariri, emitiu ontem um aviso preventivo a Telavive: "se Israel tiver a estupidez de tentar esse gesto insensato, transformará todos os libaneses em combatentes da Resistência".

Na mega concentração participa ainda Michel Aoun, o principal líder da comunidade cristã maronita e que apoiou abertamente a Resistência durante os 34 dias de guerra. Este acontecimento coloca na ordem do dia a exigência de um alargamento do governo ao seu partido, actualmente na oposição. Aoun e Nasrallah assinaram em Fevereiro deste ano um acordo de colaboração política que não abriu brechas durante a guerra. Até ao momento, a ideia de um governo de unidade nacional tem esbarrado na oposição da maioria parlamentar, constituída pelas forças do chamado “bloco do 14 de Março”. Mas O Futuro, principal jornal da corrente liderada por Saad Hariri, indiciou ontem que essa posição pode estar em vias de mudar: “Nasrallah é tão precioso ao Líbano, como o foi Rafic Hariri. Um pelas armas, o outro pela economia”, sentenciou o seu editorialista.

Recorde-se que Saad Hariri é filho de Rafic Hariri - primeiro-ministro libanês assassinado em condições ainda não esclarecidas, em 14 de fevereiro de 2005 - e liderou a coligação pró-ocidental que conquistou a maioria das cadeiras parlamentares. Durante a guerra, este bloco dividiu-se e perdeu apoio popular. O receio de que a manifestação adquira proporções inéditas na história política do Líbano pode estar, igualmente, na origem deste aberto elogio a Hassan Nasrallah.

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