You are here

Aminetu Haidar ainda em greve de fome

Aminetu HaidarA oposição espanhola acusa o governo de José Luís Zapatero de ser cúmplice do governo marroquino na expulsão da activista saharaui Aminetu Haidar, que no sábado foi embarcada à força de Marrocos para Lanzarote e que lá se encontra em greve de fome desde a madrugada de segunda-feira, exigindo que a deixem voltar.

A militante da causa saharui, de 42 anos, terá de comparecer esta quarta-feira perante a justiça espanhola, depois de uma queixa do director do aeroporto de Lanzarote que a acusa de alteração da ordem pública. "Como é que isso é possível, se ela não está a dificultar o embarque nem o acesso ao aeroporto?", questiona a advogada de Haidar.

A activista está em greve de fome sentada num banco do aeroporto, acompanhada de um grupo de militantes que a apoiam. Todas as noites, porém, a Guarda Civil a retira à força do terminal, forçando-a a dormir na rua. Mas quando o aeroporto abre, às 5h30 da madrugada, Aminatu Haidar volta a entrar. A militante passou longos anos nas cadeias marroquinas e já fez várias greves de fome.

"Tenho problemas de saúde, mas vou continuar em greve de fome até que este assunto se resolva e eu possa voltar ao Sahara, ou então até à morte", disse. A activista saharaui não entende como pode estar "sequestrada em Espanha desde 14 de Novembro, sem poder sair daqui" nem ir para "outro país".

Aminatu Haidar pediu que o governo espanhol assuma as suas responsabilidades: "Eu não vivo aqui, quero voltar à minha casa, El Aaiun, onde estão os meus filhos e a minha família", reafirmou, recordando que não lhe foi permitido falar com a família, já que, além do passaporte, a polícia marroquina também lhe tirou o telemóvel.

No parlamento espanhol, multiplicam-se as interpelações ao governo por parte da oposição, desde o PP à Esquerda Unida e à Esquerda Republicana Catalã. "O governo transformou Lanzarote num Guantánamo jurídico", acusou Rosa Dìez, da União Progresso e Democracia.

Termos relacionados Internacional