Afinal Carmona Rodrigues, arguido no processo Bragaparques, decidiu mesmo candidatar-se à Câmara de Lisboa, elevando assim para doze o número de candidatos. O ex-presidente da CML conta com o apoio dos também arguidos e ex-vereadores Fontão de Carvalho e Gabriela Seara. Sobre um eventual apoio financeiro para a sua campanha de pessoas ligadas à Bragaparques, Carmona respondeu: "Podia dizer que sim, porque não tenho nada a ver com eles. Dizer que não parecia que tinha algum complexo".
Depois de na semana passada ter anunciado que não se candidatava, alegando falta de condições, Carmona Rodrigues mudou de ideias e afinal já é candiato, como independente, à Câmara Municipal de Lisboa, e diz que fica como vereador caso não seja eleito Presidente.
Segundo Carmona, a data de 1 de Julho não permitia a elaboração de uma lista e a apresentação de uma candidatura. Carmona defendeu um programa de «continuidade» que será uma actualização daquele com que concorreu como cabeça-de-lista independente pelo PSD, nas autárquicas de Outubro de 2005.
O ex-autarca revelou que tem sido «insistentemente apoiado e contactado por muitas pessoas e entidades» que o incentivaram a mudar a sua decisão de não se recandidatar, anunciada na quinta-feira passada. Para já são conhecidos apenas o apoio dos arguidos e ex-vereadores Fontão de Carvalho e Gabriela Seara, do ex-vereador Pedro Feist, bem com do presidente do Automóvel Clube de Portugal, Carlos Barbosa, e da artista Simone de Oliveira.
Sobre a possibilidade de aceitar apoios financeiros de pessoas ligadas à Bragaparques, Carmona respondeu: «Podia dizer que sim, porque não tenho nada a ver com eles. Dizer que não parecia que tinha algum complexo».
Nas últimas eleições Carmona Rodrigues aceitou apoios de um dos sócios da Bragaparques no valor de 25 mil euros (a título individual, o máximo permitido por lei), um apoio que, afirmou, foi aceite por outros partidos.
«Nunca isso representou ter de pagar algum favor», declarou à Lusa.
As investigações à permuta dos terrenos municipais da antiga Feira Popular pelos terrenos privados do Parque Mayer, propriedade da Bragaparques, levaram à constituição como arguido de Carmona Rodrigues, Fontão de Carvalho e Gabriela Seara, levando à queda do executivo camarário.
Entretanto, o Diário económico revelou hoje novos dados preocupantes sobre a situação financeira da Câmara Municipal de Lisboa: nos primeiros três meses deste ano foram já gastas 56% das verbas previstas para todo o ano e apenas foram arrecadadas 1% das receitas extraordinárias e 10% das receitas ordinárias.