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Activistas saharauis terminam greve de fome

Após 41 dias em greve de fome, os seis saharauis detidos desde Outubro por visitar os acampamentos de refugiados de Tindouf, conseguiram um acordo com o Governo de Marrocos e poderão ser libertados em breve.

Após 41 dias em greve de fome, os seis saharauis detidos desde Outubro por visitar os acampamentos de refugiados de Tindouf, conseguiram um acordo com o Governo de Marrocos e poderão ser libertados em breve.Após 41 dias em greve de fome, os seis saharauis detidos desde Outubro por visitar os acampamentos de refugiados de Tindouf, conseguiram um acordo com o Governo de Marrocos e poderão ser libertados em breve.

Em vésperas da resolução do Conselho de Segurança sobre a questão do Sahara Ocidental, e quando o tema da violação dos Direitos Humanos nos territórios saharauis ocupados por Marrocos se torna totalmente "incómodo" para o regime de Mohamed VI, era previsível que as autoridades marroquinas dessem "o braço a torcer", refere o artigo do El Mundo, divulgado pela Associação de Amizade Portugal-Sahara Ocidental.

Os seis saharauis do grupo dos sete (entre eles havia uma mulher, Dejga Lachgar, que foi libertada condicionalmente em Janeiro passado devido ao seu debilitado estado de saúde mental), terminam a greve de fome que se estendia já por 41 dias, após ter-se alcançado um acordo com o Governo de Marrocos. Nos próximos dias, segundo fontes próximas das negociações, poderão vir a ser libertados.

Hassan Duihi, representante do Comité de Protecção aos Presos Saharauis, recorda que o «Grupo dos Sete», como os designaram, foi detido em Outubro passado no aeroporto de Casablanca, onde aterraram depois de terem viajado de El Aaiún, capital administrativa do Sahara Ocidental, aos acampamentos de refugiados saharauis de Tindouf.

A sua visita ao árido deserto argelino, ao exílio dos saharauis, custou-lhes a acusação de alta traição à pátria. A sua greve de fome foi desencadeada como protesto porque "apesar estar concluída a investigação em Janeiro", as autoridades marroquinas "continuavam a negar-se a fixar a data do julgamento", segundo esclareceram os próprios presos de Sale em comunicado tornado público no dia 18 de Março. Esperavam um julgamento em tribunal militar onde, segundo organizações como a Human Rights Watch ou Amnistia Internacional, poderiam ser condenados a pena de morte.

A eles se juntaram nas últimas semanas outros 30 presos saharauis que cumprem penas em prisões marroquinas ou no Sahara Ocidental como sinal de apoio às suas reivindicações, relata Duihi.

No grupo dos seis está Salem Tamek, vice-presidente do Colectivo Saharaui de Defensores dos Direitos Humanos (Codesa), associação presidida por Aminatu Haidar; Brahim Dahane, presidente da Associação Saharaui das Vítimas de Violações dos Direitos Humanos (Asvdh) e os activistas saharauis Ahmed Naciri, Yahdih Ettarouzzi, Rachid Sghayer e Saleh Lebaihi, originários de diferentes cidades do Sahara Ocidental.

"Todos os seis estão débeis de saúde", disse ao El Mundo Jadiya Marwasi, da Associação marroquina pela Democracia e os Direitos Humanos, depois de ter visitado os presos. "Abandonaram a greve de fome porque se está a negociar com Marrocos", prossegue Marwasi, que acrescenta que os advogados dos saharauis apresentaram esta terça-feira, ao procurador do rei, um pedido de liberdade provisória para os seus clientes.

Fontes saharauis explicaram ao jornal espanhol que esperam que "sejam postos em liberdade em breve e que se possa encerrar este capítulo". Na opinião destes informadores, «Marrocos deu o braço a torcer porque os activistas se encontram muito mal, todos eles são ex-presos da época de Hassan II, arrastam consigo muitas sequelas, e estavam à beira da sua capacidade de resistência física»; e em relação ao momento acrescentam que "a Marrocos não lhe interessa que haja problemas e que a comunidade internacional volte a repreendê-lo como ocorreu após a expulsão de Aminatu Haidar em finais do ano passado e a sua posterior greve de fome".

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