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Acordo de Copenhaga falha o alvo
Um estudo publicado na revista Nature diz que os compromissos dos países signatários do acordo corresponderão ao aumento da temperatura global em 3ºC até 2100.
O Acordo de Copenhaga estabelece como objectivo a limitação do aumento da temperatura média global a 2ºC até 2100. O acordo não é vinculativo nem determina como o objectivo central será atingido, tendo deixado para os estados signatários a tarefa de submeter planos de redução de emissões. Mas estes planos são muito pouco ambiciosos, assinala um estudo publicado na Nature.
Um grupo de investigadores do Instituto para a Investigação dos Impactos Climáticos de Potsdam analisou os compromissos dos países signatários e assinala que levarão a um aumento das emissões anuais de gases com efeito de estufa em 10 a 20% relativamente aos níveis actuais até 2020. A acumulação destes gases na atmosfera levará a um aumento da temperatura média global superior a 3ºC até 2100, assinalam os investigadores.
A conclusão, similar à de um estudo anterior do MIT, deriva também da forma como o Protocolo de Quioto foi negociado. Tendo em conta que muitos países industrializados receberam mais licenças de emissão que o necessário, existe um excedente de licenças que poderá ser utilizado no futuro.
O Acordo de Copenhaga foi apresentado no último dia da última cimeira climática da ONU, tendo sido negociado entre os EUA e os maiores poluidores de entre os países menos desenvolvidos (China, Índia, África do Sul e Brasil). Como vários países, incluindo a Bolívia, a Venezuela e o Sudão, se recusaram a aceitá-lo, o acordo não foi oficialmente aceite pela ONU. Os EUA, contudo, defendem que deve ser este acordo a substituir o Protocolo de Quioto e têm inclusive sancionado os países não-signatários com cortes na ajuda externa.