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Acordo de Copenhaga falha o alvo

Um estudo publicado na revista Nature diz que os compromissos dos países signatários do acordo corresponderão ao aumento da temperatura global em 3ºC até 2100.

Os compromissos dos signatários do acordo de Copenhaga não conseguem atingir os objectivos propostos. Foto Andy Revkin/FlickrUm estudo publicado na revista Nature diz que os compromissos dos países signatários do acordo corresponderão ao aumento da temperatura global em 3ºC até 2100.

 

O Acordo de Copenhaga estabelece como objectivo a limitação do aumento da temperatura média global a 2ºC até 2100. O acordo não é vinculativo nem determina como o objectivo central será atingido, tendo deixado para os estados signatários a tarefa de submeter planos de redução de emissões. Mas estes planos são muito pouco ambiciosos, assinala um estudo publicado na Nature.

Um grupo de investigadores do Instituto para a Investigação dos Impactos Climáticos de Potsdam analisou os compromissos dos países signatários e assinala que levarão a um aumento das emissões anuais de gases com efeito de estufa em 10 a 20% relativamente aos níveis actuais até 2020. A acumulação destes gases na atmosfera levará a um aumento da temperatura média global superior a 3ºC até 2100, assinalam os investigadores.

A conclusão, similar à de um estudo anterior do MIT, deriva também da forma como o Protocolo de Quioto foi negociado. Tendo em conta que muitos países industrializados receberam mais licenças de emissão que o necessário, existe um excedente de licenças que poderá ser utilizado no futuro.

O Acordo de Copenhaga foi apresentado no último dia da última cimeira climática da ONU, tendo sido negociado entre os EUA e os maiores poluidores de entre os países menos desenvolvidos (China, Índia, África do Sul e Brasil). Como vários países, incluindo a Bolívia, a Venezuela e o Sudão, se recusaram a aceitá-lo, o acordo não foi oficialmente aceite pela ONU. Os EUA, contudo, defendem que deve ser este acordo a substituir o Protocolo de Quioto e têm inclusive sancionado os países não-signatários com cortes na ajuda externa.

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