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700 mil manifestaram-se em toda a França

Manifestação em Paris dia 20 de Novembro. Foto Lusa.Cerca de 700 mil pessoas, de acordo com a central sindical CGT, ou 375 mil, segundo a polícia, manifestaram-se hoje em toda a França contra a política do governo Sarkozy de aumentar a idade da reforma, de suprimir postos de trabalho e de aplicar uma política de contenção salarial. Nas ruas estiveram sobretudo os funcionários públicos, mas houve também contingentes de ferroviários e de estudantes. Em Paris, cerca de 500 polícias participaram da manifestação, reivindicando aumentos salariais.

 

 

Em Paris, a manifestação foi da Praça da Itália aos Invalides, com faixas onde se lia "Juntos pelos salários, o emprego e os serviços públicos". A reivindicação salarial era mais sentida entre os funcionários: " Hoje, o que nos espera é trabalhar mais para ganhar menos", disse um manifestante ao diário Libération.

O secretário-geral da CFDT, central que desconvocou a greve dos ferroviários, François Chérèque, foi vaiado quando se apresentou na cabeça da manifestação e achou melhor ir-se embora, quando ouviu gritos de "Chérèque com os patrões!" e Sarkozy-Chérèque, mesmo combate!"

Diante do congresso da Associação dos Presidentes de Câmara (maires) da França, o presidente Nicolas Sarkozy afirmou que não vai ceder nem recuar sobre a questão dos regimes especiais de reforma, mas disse que vai anunciar dentro de dias medidas para beneficiar o poder de compra dos franceses.

Houve manifestações em Toulouse, em Bordeaux, em Lyon, em Marseille, em Grenoble, em Estrasburgo, em Lille, em Rennes.

"Chamámos os assalariados a que se mexam, que se mobilizem", declarou Bernard Thibault, secretário-geral da CGT, sublinhando que uma recente conferência sobre o poder de compra não seu lugar a qualquer medida concreta: "O governo tem parte da responsabilidade desta situação."

"Sarko, 200% de aumento - pensão mínima de velhice, 1,1%" lia-se numa faixa da manifestação de Marseille, numa referência à decisão de Sarkozy de aumentar o próprio salário.

A greve dos ferroviários da SNCF aumentou ligeiramente em relação a segunda-feira. Segundo o governo, um terço dos funcionários públicos fizeram greve. No ensino, a greve foi mais forte: 58%, segundo os sindicatos, 39% segundo o governo.

Três fábricas da Yoplait França aproveitaram o impulso e entraram em greve, seguindo o apelo da CGT, pedindo a reabertura das negociações salariais.

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