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“Diferença e desigualdade. Aí está o programa do PSD", diz Francisco Louçã
Francisco Louçã criticou os partidos da direita por só apresentarem os seus programas eleitorais a um mês das eleições legislativas marcadas para 27 de Setembro. Ver aqui as fotos do comício e da arruada.
“Só por falta de respeito para com as pessoas, num país com grandes dificuldades, é que o PSD vem agora apresentar o seu programa eleitoral”, afirmou o deputado do Bloco de Esquerda, insistindo na maior dificuldade do PSD: “nada têm para apresentar”.
Para o coordenador do Bloco de Esquerda, contudo, a forma como Cavaco Silva tem vetado todas as leis que defendem o alargamento dos direitos, sobretudo das mulheres, é representativa do que será o programa eleitoral do PSD. “O Presidente da República não esteve de acordo com a lei da paridade e o PSD disse que sim. Quando se aprovou a lei do divórcio para as pessoas não se arrastarem em tribunal, e terem o respeito que merecem quando não querem viver juntos, o PSD concordou com o veto. E agora, com as uniões de facto, o Presidente da República não concordou e o PSD apoiou”, afirmou Louçã. “Diferença e desigualdade. Aí está o programa eleitoral do PSD”.
A mesma insensibilidade social pode ser encontrada no PP, considera o dirigente do Bloco. Quando o país vive a maior crise dos últimos anos e injecta milhares de milhões de euros na banca, o PP já fez as “contas certas” para combater a crise. “As contas certas de Paulo Portas são cortar 125 milhões de euros aos 150 mil pobres que recebem um apoio de 80 euros por mês. Se há um problema, tiramos o dinheiros aos mais pobres”.
Francisco Louçã falava no último comício de Verão do Bloco, que decorreu em Tavira na Quarta feira, uma iniciativa que levou o partido a percorrer o país em mais de 40 sessões que juntaram várias dezenas de milhar de pessoas do Portimão a Vila Real, de Penedono a Amares.
Criticando as diferenças e semelhanças da “política do negócio” que tem alternado o poder nos últimos 18 anos, Louçã criticou o Governo de José Sócrates pela forma como tem sobreposto o interesse público aos interesses privados, insistindo nas “ruinosas” parcerias público-privadas. Apresentando a área da saúde como exemplo, com a gestão dos novos hospitais e a Saúde 24, o deputado do Bloco criticou “esta política do negócio, da concessão, do acordo ou do contrato” normalmente ligada a “pessoas que estiveram ligadas ao poder têm peso nas decisões económicas do Governo”.
O crescimento do Bloco, que tem hoje “uma força que nunca teve” e “irá eleger pela primeira vez um deputado pelo Algarve”, é a convicção de quem não cede a estes “negócios de véu levantado”, defendendo uma política socialista que traga justiça à economia, defendendo para todos aquilo que é de todos”, disse Francisco Louçã naquele que foi o último dos comícios de Verão do Bloco de Esquerda.