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“Alguém quer arroz transgénico?”
A Plataforma Transgénicos Fora convoca para este sábado uma manifestação contra a entrada de arroz transgénico na UE, em Lisboa e no Porto. Bloco já questionou o Governo sobre comercialização do arroz transgénico em Portugal.
Com esta concentração marcada para as 15h, na Praça do Rossio em Lisboa e na Av. dos Aliados no Porto, o movimento pretende informar e chamar a atenção sobre esta situação e “mostrar que os cidadãos portugueses não querem a aprovação de arroz transgénico produzido e consumido em Portugal".
Além disso vão homenagear publicamente o "arroz doce", a conhecida sobremesa, com um grande arroz doce “para partilhar”, pois “o arroz que conhecíamos está de saída - não o deixe ir embora!”, dizem na convocatória publicada no seu site.
A acção está integrada num dia internacional de acção contra os transgénicos, focando-se no actual problema da tentativa de introdução de Arroz Transgénico em Portugal, e representando solidariamente também o dia da Luta Camponesa pois “no 17 de Abril de 1996, 19 camponeses foram assassinados durante uma manifestação do Movimento dos Sem Terra, pela polícia brasileira. Desde então assinala-se o Dia Internacional da Luta Camponesa, em memória dos falecidos e pelas lutas dos camponeses em geral”, explica o movimento.
O movimento alerta para os perigos do cultivo de transgénicos para o meio ambiente e para a agricultura, salientando que este cultivo aumenta o uso de tóxicos (pesticidas e herbicidas) na agricultura, provoca a contaminação genética, a contaminação do solo, a perda de biodiversidade e o desenvolvimento de resistências em insectos e outros efeitos não desejados noutros organismos: “os efeitos sobre os ecossistemas são irreversíveis e imprevisíveis”, sustenta a plataforma.
A propósito da autorização de comercialização e produção que a União Europeia se prepara para conceder a uma variedade de arroz geneticamente modificado para comercialização, o arroz LL62 produzido pela multinacional Bayer, a deputada do Bloco de Esquerda Rita Calvário questionou, esta sexta-feira, o ministério da Agricultura sobre a posição que o Governo português pretende tomar.
Este arroz transgénico “é caracterizado por uma alteração genética que o torna resistente a um herbicida, o glufosinato de amónio, reconhecido pela Autoridade de Segurança Alimentar Europeia como um perigoso químico de efeitos carcinogénicos, mutagénicos e tóxicos, o que já levou à decisão da Comissão Europeia proibir o seu uso”, sustenta a deputada do Bloco.
O Bloco de Esquerda considera então que a União Europeia não deve autorizar a entrada do arroz transgénico, devendo Portugal “assumir uma posição de força junto das instituições europeias para que seja rejeitada a pretensão da Bayer”.
Ler pergunta do Bloco ao Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas sobre o arroz transgénico.