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"É preciso repor a decência na nossa vida política", diz Alegre

"Os responsáveis políticos e da justiça não se podem misturar". defende Manuel Alegre. Foto de arquivo LusaManuel Alegre defende que a sucessão de notícias sobre os processos que não vão até ao fim "acaba por favorecer a corrupção". O "clima de tensão" entre a política e a justiça, a par da "mistura" dos seus responsáveis, deixam o antigo deputado socialista preocupado.

 

"É preciso repor a decência na nossa vida política, assim como restabelecer a confiança e credibilização das instituições. Este deve ser o discurso de quem quer uma vida democrática sã. Os responsáveis políticos e da justiça não se podem misturar", sublinhou Manuel Alegre no lançamento de um livro com textos publicados na revista "Ops!", editada pela sua corrente de opinião do PS.

Recusando comentar em concreto o caso Face Oculta, Alegre disse que "há muitas notícias nos meios de comunicação, mas, até agora, nada foi até ao fim. Ora, isto acaba por favorecer a corrupção. Não há soluções contra corrupção e há descredibilização da justiça e do sistema democrático".

Questionado sobre se os agentes da justiça estão a ter uma actuação política, o ex-candidato presidencial deixou alguns avisos: "Vejo muito mal este clima de tensão entre a justiça e a política. Isso é muito preocupante. Uma das questões dos sistemas políticos é hoje a corrupção, mas a corrupção tem de ser combatida com as leis, com as regras e os princípios do Estado de Direito democrático".

Alegre aproveitou também para deixar alguns recados sobre a actualidade política, mas guardou para si os comentários sobre o acordo entre o PS e o PSD sobre a avaliação dos professores. "Há uma atitude dialogante da ministra da Educação, o que é positivo. Isso já é um passo em frente. Há o reconhecimento de que é necessário soluções novas", referiu o deputado que na última legislatura votou ao lado da oposição pela suspensão do modelo de avaliação.

Sobre eventuais convergências parlamentares à esquerda, Alegre foi igualmente cauteloso. "Gostaria, mas vai ser difícil, porque nas esquerdas há modelos políticos diferentes e concepções de sociedade distintas", afirmou o histórico socialista.

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