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É assim que se fala, o resto é conversa para entreter tontos.
Eu acrescentaria uma informação para clarificar. Por volta de 2017 um dirigente local do PS confidenciou-me que a direção do PS se preparava, com o argumento de dificuldades de acordo nas negociações com o BE, criar uma crise politica, com a demissão do governo, com vista a chegarem à maioria absoluta. Era clara a intenção de deixar o BE nas covas, e já aí acabar com a geringonça. Parece que a "ala esquerda" que na altura tinha alguma influência, conseguiu travar os ímpetos de Carlos César e restante camarilha. Sem querer armar-me em visionário, sempre tive a sensação que a traição do PS à esquerda era uma questão de tempo. No entanto acho que o que foi feito em 2015 tinha que ser feito e esse mérito ninguém nos tira. O PS deve-nos ser um partido sobrevivente da democracia portuguesa. Aqui chegados, sem descorar a possibilidade do regresso da direita ao poder, temos que erguer a cabeça e levantarmos alto o nosso programa de partido socialista de esquerda. Não devemos nada a ninguém. O que conquistamos foi com a nossa luta, e com a nossa coerência. Posso concordar que porventura tardamos a clarificar a situação política, e que a partir do vota contra do anterior orçamento, devíamos por tudo em pratos limpos. Mas aqui chegados o que interessa é unir as hostes. Combater algumas lágrimas de quem no nosso seio assume as dores de parto alheias. Mas isso (a união das hostes) não será conseguido se deixarmos, militantes, simpatizantes, e eleitorado à mercê da propaganda da CS, da máquina propagandística do PS e da direita, e das fake news das redes sociais. Debate interno em todas as estruturas, recusando liminarmente a lavagem de roupa suja em público tão do agrado de quem no nosso seio nos anda a oferecer uma revolução que não vai acontecer porque os tempos continuam a ser de recuo e resistência. Reuniões públicas ao nível da freguesia para divulgar as nossas propostas e enfrentar as vozes discordantes, mostrando diálogo, firmeza e esclarecimento. Sem medo. Urgente e inadiável convocar toda a esquerda, PCP Sindicatos e a base do PS para uma grande jornada nacional contra a extrema direita, e contra orçamentos de austeridade, à semelhança do que se fez durante o governo Passos/Troyca.
PS: Não relacionado com a atual conjuntura, defendo há muito a necessidade de o BE descentralizar a sua atividade de direção e outras iniciativas partidárias. A mesa nacional deve passar a reunir nas capitais de distrito, se possível bem no interior. É aí que temos de crescer. Nas zonas urbanas penso que não há muito para crescer. Proponho como desafio (às vezes surgem-me estas ideias, porque a rotina em política paga-se caro) que a próxima Convenção se faça em Viseu. Tem um belo pavilhão multiusos na Feira de S. Mateus que se apresta a estas realizações.
Saudações bloquistas. Abraços.