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Eu não iria por aí. Os dogmas do neoliberalismo radical são centrais no programa da IL, que vende esse peixe específico ao mercado específico que ainda o quer comprar depois de 2008. Quando este mercado estiver saturado acaba o crescimento da IL. Mas esses dogmas são acessórios e periféricos, e portanto descartáveis, na agenda do Chega. Durante algum tempo o Chega acreditou que para ser de direita precisava deles; mas está a descobrir que não precisa e que a sua agenda reaccionária até pode beneficiar se se colocar, pelo menos na aparência, contra eles. Poderá então alegar, como alega Steve Bannon referindo-se ao Partido Republicano, que é o verdadeiro partido dos trabalhadores. E este é um mercado do qual não conhecemos a dimensão; não conhecemos, portanto, o potencial de crescimento do Chega.

Para a esquerda o desafio é este: mostrar pela acção, e não pelas palavras, que nunca será a extrema-direita a defender os trabalhadores; e ir sem reservas à luta de classes quando se torna cada dia mais óbvio que está convocada para ela.