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“Não. Estamos fartos de guerra… é altura de pôr fim a isto.”
responderam os aliados à Luftwaffe [A ideia nem era má, mas não era oportuna!...]

Sobre a Segunda Guerra Mundial, há uma história menos conhecida passada com a Luftwaffe na altura da rendição aos aliados das forças nazis.

A Luftwaffe, o ramo aéreo da Wehrmacht da Alemanha Nazi que durante a Guerra Civil Espanhola [1936-39] já tinha testado pilotos, aviões e táticas com a Legião Condor ao lado dos Falangistas, no início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, era, sem dúvida, a força aérea mais sofisticada e tecnologicamente avançada, dispondo inclusivamente de aeronaves a jacto.

Conta-se que durante a ocupação da França, na Segunda Guerra Mundial, um oficial alemão, diante do painel de Guernica, teria perguntado a Picasso se tinha sido ele que tinha feito o famoso e trágico painel, ao que o pintor rapidamente terá respondido: "Não, foram vocês!".

A Luftwaffe foi essencial nas vitórias e no avanço germânico pela Polónia, Europa Ocidental e do sul, norte de África e União Soviética. Apesar de tecnologicamente mais avançada, a indústria aero-militar germânica acabaria por perder esta batalha para os aliados, não tendo sido capaz de competir, em tempo, quer na produção do número de aeronaves, quer na formação de pilotos suficientes.

Em 1945, já no final da Guerra, com o exército nazi praticamente derrotado e em fase de rendição, a Luftwaffe terá oferecido aos aliados todos os seus serviços e razoáveis recursos ainda intactos para conjuntamente bombardear a União Soviética e combater o Exército Vermelho.

Os aliados ouviram a proposta, ficaram em silêncio durante algum tempo (…) e, depois de cochicharem entre eles, alguém terá respondido: “Não. Estamos fartos de guerra… é altura de pôr fim a isto.”

Ou seja, “A ideia até não seria má, mas não era oportuna!”
A pausa não iria durar muito tempo..

Recentemente in
http://outraspalavras.net/posts/boaventura-revolucao-russa-ano-100/
“Boaventura: Revolução Russa, ano 100” dizia Boaventura de Sousa Santos:


O triunfo da RR reside em ter levantado todos os problemas com que as sociedades capitalistas se debatem ainda hoje. O seu fracasso reside em não ter resolvido nenhum. Excepto um.

Hoje debruço-me sobre o único problema que ela resolveu. Pode o capitalismo promover o bem estar das grandes maiorias sem que esteja no terreno da luta social uma alternativa credível e inequívoca? Este foi o problema que a RR resolveu e a resposta é não.
(…)
Os últimos anos mostraram que, com a queda do Muro de Berlim, não colapsou apenas o socialismo, colapsou também a social-democracia
(…)

Na verdade, sente-se no ar uma espécie de contínuo cheiro a vinagre; uma espécie de zum-zum silencioso, persistente que, de forma subtil, intuímos como ameaça permanente por parte de um sistema neoliberal que, alto e bom som, vai afirmando ser o nosso anjo da guarda.

Enquanto existiu “alternativa credível e inequívoca“, – como dizia Boaventura – o sistema neoliberal, travestido de Social Democracia, alimentou e defendeu o Estado Social, fazendo a corte à noiva, isto é, a nós.

Mal desaparece o pretendente, o sistema rapidamente substitui o Estado Social pelos medos e as ameaças de uma extrema direita que, ao virar da esquina, nos espreita e que pode entrar em cena a qualquer momento, diz.

Na realidade, esse alegado cão raivoso, pronto a soltar-se e do qual o zeloso sistema nos protege, é, verdadeiramente, uma das outras faces ocultas de si mesmo.

mtl