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O acordo New START, tal como
O acordo New START, tal como outros anteriormente assinados, tem efeitos práticos muito limitados: concordar em ter uma capacidade de destruir o planeta n vezes em vez de 2n ou 3n.
Por outro lado estes acordos faziam algum sentido quando ambas as partes, EUA e Russia, aceitavam o conceito MAD (Destruição mutua assegurada). Ora uma das contradições da administração Obama foi assinar o New START em 2010 tendo aceite o conceito de “Supremacia nuclear”, estabelecido a partir de 2006 com base em documentos produzidos pela universidade da Harvard e Conselho de Relações Exteriores, e acordado numa despesa de 1 trilião de dólares para a modernização da tríade nuclear –ICBM, bombardeiros estratégicos e SLBM – durante 30 anos. A administração Trump, sem desculpar as “Trumpices”, não faz mais do que dar continuidade a critérios já estabelecidos.
O enorme risco é que grande parte dos republicanos e democratas do congresso abraçaram cegamente, na sua histeria anti-russa – e possivelmente como contrapartida aos 70 milhões de dólares para eles canalizados pela industria de armamento em 2015 - o mencionado conceito. Pondo de parte a questão de um primeiro ataque ser moralmente inaceitável a “Supremacia Nuclear” assenta na defesa de duas crenças: a possibilidade de eliminar num ataque surpresa a quase totalidade das forças nucleares russas e/ou chinesas e destruir com os sistemas ABM as eventuais sobras que viessem a ser utilizadas. Tratam-se efectivamente de duas crenças perigosas. Dada a profusão e multiplicidade dos meios de lançamento dos MIRVs russos – silos, veículos, comboios, submarinos e meios aéreos – torna-se evidente a capacidade da Russia para uma fortíssima resposta, à qual os sistemas ABM seriam incapazes de corresponder. De facto, a variabilidade das trajectórias e as velocidades de mach 20 de reentrada dos MIRVs excedem largamente a capacidade de resposta daqueles sistemas, cujas capacidades têm sido largamente sobrestimadas com base em corrupção e mentiras emanadas do “complexo militar industrial” e de “Think-Tanks” por ele financiados. Por fim a “Supremacia Nuclear” escamoteia o facto sabido que a simples confrontação nuclear entre dois actores menores, Índia e Paquistão, seria suficiente para desencadear um inverno nuclear.
Assim, mais do que uma questão diplomática, a segurança planetária parece depender da capacidade do povo americano se libertar do domínio dos famigerados 1%. Há que esperar sentado.