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Num país em que os hospitais estão transformados em pardieiros, em que o principal Hospital do Sul do país tem a Unidade de Cuidados Intensivos instalada num espaço opressivo onde estiolam até à morte a maior parte dos desgraçados que lá caem, discutir a morte assistida é pura e simplesmente ridículo. Discutam hospitais onde a limpeza não seja assegurada por empresas privadas que pouco limpam, onde as infecções hospitalares não matem milhares de doentes todos os anos, onde não se entre em unidades de cuidados intensivos com a mesma roupa com que andamos na rua, onde não se misturem doentes com doenças altamente contagiosas com outros que tiveram simplesmente um AVC, mais meios de diagnóstico e tratamento. Já agora, gente mais humana, que não receba a a família de uma pessoa recém-falecida após quase meio ano de sofrimento atroz, porque eles não souberam ou não quiseram fazer a tempo o que deveria ter sido feito, com um "já descansou ela, já descansámos nós, já descansaram vocês". Gente que não assista impávida a um desgraçado a gritar durante mais de um quarto de hora até irem ver o que é. Com "tratamentos" infames destes, estejam descansados que a maior parte dos desgraçados doentes não precisam de nenhuma morte assistida. A morte assiste-os depressa. Hospitais decentes, gente mais humana e dedicada, cuidados paliativos a sério e não é preciso nnguém levar uma injecção como os cães quando já estão velhos ou os americanos quando são executados. Deixem-se lá de dar argumentos à mesma direita que transformou os hospitais em pardieiros para viver agora armar-se eles em defensores da vida.