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Verifico que enviou o seu comentário - com um malabarismo argumentativo que não me é estranho - muito cedinho, horas antes de o meu comentário ser, finalmente, publicado, depois de várias tentativas sem sucesso...

Verifico que não percebeu o que escrevi, talvez por não ter lido bem, sobretudo o que se refere a um passado que não devemos ignorar, se queremos perceber o presente e preparar convenientemente o futuro.

Verifico que defende o seguinte:

1. Defende que as isenções fiscais seriam "injustificadas", especificamente, "quer para os partidos quer para as igrejas" (frisando, apenas no caso dos partidos, que seriam "privilégios"). Ou seja, implicitamente insinua que essas isenções são plenamente justificadas para as muitas outras entidades que delas beneficiam, em consequência de um reconhecimento de "utilidade pública" que, não raras vezes, encobre a defesa de grandes interesses privados (nos casos de todas essas entidades, NÃO seriam "privilégios"). Registo.

2. Defende que o Estado, sustentado pelos contribuintes, deve continuar a financiar generosamente as máquinas partidárias, com a inerente despesa a atingir -
nomeadamente nos casos dos partidos de Catarina Martins e de Assunção Cristas - valores muito superiores aos das contribuições e impostos não cobrados. Alega que isso serviria para "evitar" os "patrocínios do capital" aos partidos, ignorando o facto de serem os responsáveis do PCP - e não os do CDS-PP e do PSD, partidos sempre bem patrocinados pelo capital - quem está a propor um corte substancial nos financiamentos do Estado aos partidos. Registo.

Enfim, há partidos e partidos:

- Há um partido, nascido em Março de 1921 - poucos anos depois da emergência da União Soviética, dias antes do massacre de Kronstadt -, que aguentaria uma redução substancial no financiamento por parte do Estado sem ter de recorrer a "patrocínios do capital" e/ou a favores mediáticos;

- Há outros partidos - nomeadamente o partido nascido em 1999, poucos anos depois da emergência da União Europeia, meses depois do nascimento do Euro - que não dispensam o enorme privilégio de um chorudo financiamento por parte do Estado, apesar de recorrerem, esses sim, a patrocínios do capital e/ou a favores mediáticos [Nas eleições legislativas dos últimos anos (2005, 2009, 2011, 2015), o partido nascido em 1999 oscilou entre cerca de 5 % e cerca de 10%, em larga medida como consequência das oscilações mediáticas a seu respeito (quero crer que nunca beneficiou de "patrocínios do capital")].