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Caro Nuno Santos,
Agradeço os seus comentários, são úteis à reflexão que se impõe sobre o sector florestal. Compreendo a ênfase que coloca sobre a necessidade de fazer o cadastro, penso que é uma ferramenta importante mas que, sendo necessário, receio que não resolva só por si o problema dos grande fogos florestais. O concelho de Mação, como deverá saber, está todo coberto por cadastro predial, contudo em 2003 a área florestal do concelho ardeu quase toda. É um concelho onde se verifica forte investimento em infraestrutras, em vigilância e com sistema de combate bem organizado. Dizem os responsáveis pela associação florestal local que tudo isto não é, contudo, suficiente para prevenir e evitar incêndios. Sabem rigorosamente a quem pertence cada palmo de terra, mas também sabem que mais de 70% dos proprietários estão ausentes. A partir da década de 50 começou o grande declínio populacional e com ele o declínio da pastorícia, da agricultura e o aumento dos incultos e das áreas florestais. Segundo aqueles dirigentes, não conseguirão prevenir incêndios sem passar à fase de gerir em conjunto o que é de cada um. Ou seja, respeitando rigorosamente a propriedade de cada um, fazer em conjunto a gestão do território. Será necessário legislação que dê o melhor enquadramento a estas formas de gestão e a incentivem. Dito isto, o principal problema está no abandono da agricultura, no despovoamento, no envelhecimento da população e nas grandes áreas contínuas de monocultura, seja ela de pinheiro ou de eucalipto. A solução é o ordenamento da floresta e a gestão coletiva (associativismo, cooperativismo ou sociedades florestais).