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O eucalipto é rentável: em 7 anos atinge a dimensão necessária para o fabrico de pasta de celulose. Portugal tem duas grandes empresas cotadas em bolsa, a Portucel/Soporcel (agora Navigator) e a Fábrica de Papel do Almonda (Renova), grandes clientes da matéria-prima para o fabrico do papel. Curiosamente, é de 7 em 7 anos que, em média, arde um eucaliptal.
Podem chamar-lhe teoria da conspiração, mas não pude deixar de reparar nesta coincidência: Maio de 2012 - a Portucel/Soporcel anuncia necessitar de mais 40 mil hectares de eucaliptos para construir uma nova unidade de fabrico de celulose; Julho do ano seguinte - é aprovado o Decreto-Lei n.º 96/2013, que permite aos proprietários florestais plantar qualquer espécie em terrenos ardidos com menos de 5 hectares. Nesse ano a floresta portuguesa arde muito mais que a média dos 8 anos anteriores.
Continuo convencido que ambas as pragas (eucaliptos e incêndios) estão intimamente ligadas, e que os governos nunca estiveram minimamente interessados numa efectiva prevenção, muito menos num eficaz combate aos já mais que famosos “Incêndios de Verão em Portugal”.