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Serei completamente a favor da despenalização da morte assistida a partir do momento em que a melhor qualidade dos cuidados paliativos sejam uma garantia para absolutamente todas as pessoas. Colocar o carro á frente dos bois parece-me um erro grave. Passei recentemente alguns dias penosos em hospitais e assisti ao piorsinho que o nosso sistema tem para oferecer a doentes terminais. Isto não faz de mim uma fundamentalista de direita ou uma católica fervorosa, não sou nem uma coisa nem outra. Ter cancro e uma reforma de 200 euros não é a mesma coisa que ter cancro em uma reforma de 1000, ter ou não ter adse faz toda a diferença. Conheci esta senhora no hospital ás 4h da manhã que veio acompanhar o marido com cancro e matastes espalhadas pela maior parte dos orgãos e cabeça , ele só queria viver mais um bocadinho, ela só queria não ter que trabalhar e poder acompanhá-lo neste fim de vida tão próximo. Imagino-me a mim mesma a passar pelo mesmo, imagino que escolheria morrer sem hesitar, por desespero e por falta de suporte financeiro e familiar para aguentar uma situação destas. É também por isso que me oponho. Primeiro garanta-se uma vida com dignidade, depois falemos de morrer com dignidade.