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A intervenção a que assisti
A intervenção a que assisti no debate organizado na Assembleia da República foi extremamente redutora, desactualizada e preconceituosa, contrariamente à postura lúcida do representante do PS e ao convite à discussão lançado pelo PAN.
Foi afirmado peremptoriamente que a Constituição consagra o direito ao trabalho e que ainda bem.
Depois lá se tentou "emendar a mão" e dizer que era o direito a trabalho digno e não escravatura.
Trabalho e empregos, ainda que indignos, já não existem para quem deles necessita para sobreviver neste momento portanto estava a referir-se a um cenário ainda mais impossível que a implementação a curto prazo do RBI.
Ou seja mais do que uma análise desassombrada e de mente aberta sobre o tema assistiu-se no debate a uma defesa ideológica de um conceito sem informação prévia sobre o tema.
Parece um luta desesperada para manter a classe trabalhadora com medo de perder público alvo.
Assim como as IPSSs terão medo de perder os pobrezinhos e passar a ser parcialmente inúteis e lá se vão os financiamentos.
Enrolou o assunto no papão do RBI versus Estado Social alegando demagogicamente que preferia ter um SNS e educação gratuitos do que o RBI quando tal alternativa não foi proposta por nenhum dos oradores.
No artigo refere-se que o PAN apresentou dois modelos de financiamento, o que encerra mais uma incorrecção.
Os modelos foram apresentados por pessoas independentes do PAN que desenvolvem o seu trabalho sobre o RBI num contexto académico e de activismo.
A cegueira ideológica e a necessidade de criticar parecem estar a levar, neste assunto, este senhor deputado a surfar na maionese...