You are here
Autores
- Ada Pereira da Silva (1)
- Adelino Fortunato (25)
- Adriano Campos (93)
- Adriano Campos e Ricardo Moreira (2)
- Afonso Jantarada (18)
- Afonso Moreira (4)
- Agostinho Santos Silva (1)
- Alan Maass (1)
- Albert Recio (1)
- Albertina Pena (1)
- Alberto Guimarães e Silvia Carreira (1)
- Alberto Matos (20)
- Alda Sousa (9)
- Alejandro Nadal (79)
- Alexandra Manes (49)
- Alexandra Ricardo (2)
- Alexandra Vieira (24)
- Alexandre Abreu (2)
- Alexandre Café (3)
- Alexandre de Sousa Carvalho (1)
- Alfredo Barroso (2)
- Alice Brito (64)
- Alison Tudor (1)
- Almerinda Bento (19)
- Aluf Benn (1)
- Álvaro Arranja (79)
- Amarílis Felizes (3)
- Amílcar José Morais (3)
- Amit Singh (6)
- Amy Goodman (143)
- 1 of 18
- seguinte ›
Caro Jorge,
Caro Jorge,
Sou mais realista do que tu - ou tenho um outro olhar? - mas simplesmente diria que a Marisa não ameaçou nada, a não ser uma pretensa estabilidade do voto na esquerda. Marcelo "varreu" o país, ganhou em todos os distritos, goste-se ou não. Marisa reafirmou a votação do Bloco nas legislativas e, chamem-lhe o que quiserem, segurou um voto seguro (o que não é pouco), exprimindo que o BE não é "uma pessoa", mas uma causa, um projeto, algo que transcende a figura de um/a qualquer líder.
Revejo-me nisso e aposto nisso porque vejo um BE multifacetado, mas não me cabe ver nisso um resultado potenciador de seja o que for; daqui a 5 anos, se a Marisa Matias voltar a correr para a presidência, corre o risco de fazer ainda mais mossa, mas à esquerda. Recordaremos as palavras "simpáticas" de Passos Coelho relativamente a Marcelo há uns meses atrás e a capacidade contorcionista agora evidenciada? Dava jeito..., e sempre que assim for, a direita mobiliza-se.
Marisa valeu pelo desafio que lançou - e acredito que vai fazer sentido daqui a uns anos, até pelo currículo que ela vai acumular, entretanto, acrescentando ao que já tem, mas Marcelo era incontornável; uma presença feita décadas a fio nos massmedia não é facilmente rebatível. Daqui a 5 anos, o Marcelo é apenas visto como "o presidente". E aí, Marisa Matias é um desafio diferente: não temos tradição de presidentes que não façam o segundo mandato, mas até onde vale a tradição?
Marisa poderá ser presidente - desejo-o - mas há trabalho de bastidores a fazer, desde agora, para convencer um povo desconfiado, que dificilmente aposta na alternativa, que sempre prefere garantir a alternância. Marcelo é hoje alternância a um governo "maldito", que ganhou lugar sem direito, uma espécie de seguro... A direita ri-se porque entende (também ingenuamente) que, mais dia menos dia isto são favas contadas: Marcelo dá jeito entretanto, mas deixa de fabricar a imagem semanal... e , quando não fizer falta, corre-se com ele (ele apaga muita gente de direita interessada em ter protagonismo).
Acho que Marisa, até pela sua idade, abriu portas novas (não caixas de pandora :), e ainda bem que o fez- mas não fechou nada, querendo com isto dizer, há trabalho de..., tipo corrida de fundo a fazer para que, daqui a 5 anos ela se apresente como uma verdadeira alternativa a um presidente que está a negociar o seu 2º mandato (até agora, diz a tradição, sempre garantido...)