You are here

Add new comment

Respondo o mesmo que respondi ao João Morais, de uma forma ligeiramente diferente: a urgência do que há a fazer não se compadece com a tentativa de pôr ênfase em ideias que, para a generalidade das pessoas, são extremistas. A urgência do que há a fazer exige que se consiga encontrar uma linguagem que tenha impacto imediato sobre uma maioria significativa de pessoas, porque só com a participação ativa da população será possível pôr travão aos efeitos mais graves e mais irreversíveis das alterações climáticas. A generalidade das pessoas não é fácil de sensibilizar para a extinção de uma espécie de rela recém-descoberta algures na Amazónia (uma fração significativa é mesmo impossível de sensibilizar para isso), mas a destruição de cidades costeiras ou a inundação de campos de cultivo toca-as de forma direta. E é por isso que o discurso ecologista devia ser bastante mais antropocêntrico do que é, especialmente num momento de urgência como o atual.

Afinal, o que é mais importante? Preservar a biodiversidade e reverter as alterações climáticas, sejam quais forem os argumentos que levarem a essa preservação e reversão, ou ter razão nos argumentos?