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1º Gostaria que me esclarecesse qual é o seu conceito de felicidade.
O conceito de felicidade é filosófico ou espiritual, completamente abstrato e imaterial.
Depois, gostaria de saber como faria para saber o que é felicidade, se não souber o que é o seu oposto.
2º Quando diz que quer ser operada por um médico feliz, o quer isso dizer realmente? Imagine que lhe morreu um familiar ou que ele próprio está doente, acha que estará feliz? E nesse caso, já não vai querer ser operada por ele?
Ah, mas se for um médico "feliz", pode ser completamente incompetente que não se importa que ele a escortanhe toda, lhe faça a ablação do rim direito em vez da do esquerdo, ou mesmo que a opere a uma coisa que de facto não necessita. Se ele for feliz está tudo bem, certo?
3ª Será que quando diz um médico feliz, não quer antes dizer que prefere um com um grau elevado de humanidade, sentido de responsabilidade, bem, e competência, é capaz de lhe dar jeito, não?
4º As crianças são pessoas pequenas. A vida das pessoas é feita de uma dicotomia muito variada de coisas. Essa mesma dicotomia permitiu a evolução da humanidade. As crianças, como pessoas que são, devem desde cedo habituar-se a que não podem ter tudo o querem, que existem limites, que é necessário trabalho para alcançar objetivos, que sofrer faz parte da vida. Se apenas lhe mostrarem o lado bom da vida e lhes fizerem todas as vontades, estarão a criar apenas um bando de infelizes e frustrados, incapazes de lidar com os nãos da vida;
5º Quando temos consciência do que sabemos ou da forma eficiente como executamos as nossas funções, não deveremos ter medo de ser avaliados. O medo é causado pela insegurança ou falta de confiança na nossa sabedoria.
6ª Por um lado, todos temos direito a saber que qualidade de professores têm os nosso filhos, pelo que estes devem ser avaliados. Por outro lado, chumbar ou ficar retido não é nenhuma vergonha, quer dizer apenas que a criança ou jovem, ou seja quem for, ainda não está preparado para passar para a etapa seguinte. Cada um tem o seu tempo próprio, a sua capacidade, o seu empenho, o seu interesse, pelo que a avaliação é certamente uma das formas adequadas para se saber se a pessoa está ou não preparada para passar à etapa seguinte.

Finalmente, numa sociedade ideal seríamos todos muito bonzinhos e felizes. Acontece que a sociedade real é feita de homens e mulheres reais, cheios de virtudes e defeitos, alguns com bastante mais defeitos do que virtudes.
A própria natureza está repleta daquilo que muitos de nós poderíamos identificar como crueldade, mas, de facto, também isso faz parte da sua essência.
A Catarina parece ser uma mulher inteligente, portanto, certamente, não acredita em utopias, ou quer fazer-nos acreditar que sim?