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Os meus parabéns à Catarina Martins primeiro que tudo. Teve uma paciência de santa face à estranha agressividade desta "entrevistadora". Concordo que a Judite de Sousa tivesse que conduzir a entrevista de forma a evitar propaganda política de qualquer parte mas as constantes e violentas interrupções minam qualquer fio de raciocínio.
Esta possível coligação de esquerda foi o melhor cenário que Portugal poderia esperar das últimas eleições. Fiquei obviamente desiludido (e surpreendido) com a aparente vitória minoritária do PàF no dia 4 mas quando me apercebi da emergência desta coligação pensei logo que há males que vem por bem. Honestamente, um governo maioritário do PS seria tão destrutivo quanto os últimos 4 anos de PSD. O problema do PS não é o ser de Centro, Direita ou Esquerda mas sim a enormidade de interesses instalados e a cultura de apadrinhamentos que se vive por lá. Basta ver a palhaçada que têm sido os últimos 30 anos de governo em Portugal. PS e PSD (e demais coligados) revezam-se num festim quadri anual de "quem ganha o quê" do património e impostos portugueses. O ideal seria obviamente uma limpeza geral da AR e ministérios. Mas essa é uma realidade ainda distante. O povo português ainda está a anos luz de perceber isso e continua teimosamente a perpetuar o ciclo político vicioso que não só nos levou a este ponto como nos ameaça manter na mediocridade eternamente. Perante isto, é preferível ter o BE e o PCP como influenciadores e controladores da política facilitista e brejeira, tão típica do PS, que nada. Nem que seja para que daqui a 4 anos os portugueses comecem a parceber finalmente que existem alternativas aos bafientos do costume.
Eu vejo esta possibilidade de coligação como um poderoso precedente para um panorama político mais equilibrado onde os políticos, percebendo que os seus mandatos já não estão periodicamente assegurados, serão obrigados a comportar-se como tal, forçando-os a desenvolver consciências e adoptar bússolas morais.
Dizia Cavaco que há 40 anos que se escolhe para primeiro ministro o líder do partido mais votado. E que bem que isso tem resultado para Portugal! Há 40 anos que se mantém este rodopio de influências e irrelevância do país perante o mundo. Se ele fosse minimamente inteligente e íntegro percebia que a mudança é urgente no país.
Esperam-nos 3 meses de instabilidade? Provavelmente. Mas prefiro-a a ceder aos caprichos de alguém que, a 3 meses de fim de mandato, já é considerado unanimemente como o pior Presidente da história portuguesa.
O BE tem a minha bênção para chumbar os governos de direita que conseguir. Os mercados que se aguentem pois os portugueses são bem mais importantes.