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A direita e todos os políticos e comentadores que trabalham para o mercado e não para portugal têm mostrado grande pânico; têm dito:

A coligação BE, PCP e PS não tem nenhuma garantia de chegar a quatro anos (e de facto, não tem, a não ser que os dois primeiros se corrompam) e portanto, não garantem um governo estável, destarte o governo deve ser entregue à PàF porque com esses pelo menos sabe-se que o governo não vai chegar a quatro anos (mas pelo menos terão tempo de fechar os negócios obscuros que têm vindo a fazer). E o Cavaco antes de pôr no governo uma coligação à esquerda devia saber se eles vão ter um casamento vitalício (quatro anos, entenda-se), como se ele tivesse perguntado anos atrás ao PSD e ao CDS se iam ter um casamento para sempre (por acaso, entendem-se bem os dois), e como se quando o PP do CDS decidiu "irrevogar" o governo não tivesse sido matindo.

A coligação BE, PCP e PS seria totalmente anti-UE (devia mesmo ser, numa determinada medida - ou seja, devia tornar a UE numa ferramenta à ordem dos governos) e contra os mercados, portanto não cumpriria os acordos (imposições, entenda-se) com os parceiros internacionais, mas a PàF cumpriria todos esses acordo, apenas não cumpriria um único: o acordo que fez com o povo português (mas isso não interessa, porque as pessoas não importam, apenas os mercados).

A coligação BE, PCP e PS romperia com a tradição do "arco da governação", por isso os dois primeiros devem ser afastados a aqualquer custo, porque só aparecem nos boletins de voto para fingirmos que temos essa coisa chamada democracia, mas que na verdade é uma fantasia (e de fato é, e precisa de ser reestruturada), pois é discriminatória e tendenciosa, beneficiando apenas os grupos que contarem com apoio mediático (que, por uma incrível coincidência também pertence aos mercados, tal e qual os partidos três grandes partidos que apoiam).

Se isto tivesse acontecido há cinco anos, provavelmente Cavaco teria tido grandes preocupações, porque a sua recondução ao poder estariam em questão. Mas se ele não se importou de meter água durante os dez da sua presidência, não vai ser agora no final dela que será democrático, o mais certo é que ele vai nomear a PàF para o governo, pois até abril não se poderá fazer outras eleições (as circunstâncias são favoráveis) e eles assim poderão cumprir com as exigências do patrão e acelerar o estado da desgovernabilidade dentro de padrões humanitários deste país. Que tem o Cavaco a perder? Nada, vai já sair da presidência.