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Trabalhei, há muitos anos na secção desportiva do "Diário de Coimbra". Sempre foi um jornal genericamente de direita, mas, nessa altura, era aberto a todas as correntes políticas. Atualmente, está totalmente alinhado com os interesses das várias elites empresariais da região Centro, em especial do setor imobiliário, representados pelo pântano do "centrão".
Na campanha autárquica, o movimento independente de esquerda Cidadãos por Coimbra (CPC), que teve o apoio do BE, foi quase totalmente silenciado. Na arruada final, protestámos em frente à sede do jornal, gritando "Informação sim, manipulação não". Fizemos, inclusive, uma queixa à CNE, que, no entanto, considerou, com alguma ligeireza, não ter encontrado provas das nossas acusações.
Entretanto, as atividades do BE no concelho de Coimbra há muito não são divulgadas nesse jornal (?). Durante as eleições, quase nunca as ações de campanha do partido foram noticiadas. O mais escandaloso foi a ausência de notícias sobre a arruada e o comício com a Catarina e o Francisco Louçã, que decorreu no passado dia 28. E só quando era iminente a eleição do Pureza é que enviaram um jornalista à nossa noite eleitoral.
Não culpo os/as jornalistas que lá trabalham. A maioria é gente honesta, mas não pode contrariar o patrão, sob pena de sofrer retaliações ou, mesmo, perder o emprego. Infelizmente, algo que acontece, atualmente, na maioria dos órgãos de comunicação social.
Um conhecido jornalista de Coimbra, conhecedor dos meandros da comunicação social na cidade, confidenciou-me, mesmo, que há uma orientação política da administração que se pode resumir nisto: "à esquerda do PS nada existe". Por isso, essa lamentável posição agora assumida não me espanta.