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Não há um Syrisa ou um Podemos em Portugal porque as forças anti-austeritárias não se conseguem focar na zona, reduzida embora, em que as suas agendas se intersectam. Cada uma delas pretende impor às outras a totalidade do seu programa (incluindo, no caso do BE, as "questões fracturantes" que tantos anti-corpos suscitam; e, no caso de outras forças políticas, propostas prematuras em termos de aceitação pública como é a saída do euro). O remédio é estabelecer um programa mínimo - e por isso mesmo irredutível - na defesa do qual todas elas se comprometam a empenhar-se. Cada força política participante continuaria livre de afirmar aquilo em que diverge das outras, desde que o não fizesse em detrimento da divulgação e da inteligibilidade do programa mínimo comum.

Posto isto, ajudaria muito que os partidos de esquerda, cada um por si ou em colaboração, estabelecessem mecanismos de auxílio material directo às vítimas da austeridade (por exemplo às pessoas em perigo de serem desalojadas por dívidas ou por incapacidade de pagar rendas ou prestações da casa). Este auxílio facilitaria a emergência de uma imagem de marca sem a qual um movimento como o Syriza ou o Podemos não pode atingir dimensão suficiente.