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Caro João Mineiro

Você vê como eles falam do "mercado". O mercado justifica tudo. O mercado é avesso a críticas. A crise é também cultural. Foi esta cultura que introduziu nas faculdades a musica pimba, e mantem a anticultura das praxes parvas. São as associações académicas que formatam os futuros homenzinhos do poder, os futuros Relvas; os escroques; os medíocres; os duxs; os imbecis que vão botar faladura nos congressos das jotas, e que vão chegar a secretários de estado num foguete;
Que diferença em relação aos tempos em que os estudantes tomavam a vanguarda da luta política, e faziam perguntas ao Tomaz, e enfrentavam a polícia. Dá que pensar como é que em democracia a população estudantil vive alienada, e o melhor que consegue dizer é que "gostos não se discutem". Se os gostos e os comportamentos não se discutissem, não haveria critica da arte, da literatura, não havia padrões de qualidade, e a musica pimba estaria ao nível de Mozart, ou de Lopes Graça. O poder tem contribuído para a proliferação destas doutrinas novas e "liberais". A doutrina do sucesso nos tempos aureos do cavaquismo deu uma ajudinha preciosa para a estupidificação nacional.
O poeta José Gomes Ferreira disse que a revolução mais difícil de levar á vitória era a cultural. E tinha razão.
Há um trabalho politico urgente a fazer no ensino. De lá sai muito boa gente. Mas o número de abortos vivos é preocupante. Veja-se a catrefa de comentadores arregimentados. E nem todos terão saído do ensino privado.

Saudações bloquistas
Paulo