You are here

Add new comment

Cara Mariana,

Sou cliente ex BES e hoje Novo Banco, e com base neste seu artigo, gostava de partilhar consigo algumas reflexões/ observações:

1º Hoje fiquei revoltado com a declaração do presidente do Novo Banco ( Stock da Cunha), quando diz, que só depois de reconquistar a confiança dos clientes do Banco, é que pode e deve procurar uma solução para este problema. Então pergunto eu não sou cliente do novo banco? A confiança que tenho neste momento no Novo Banco ( nula, mas explicarei mais à frente) não interessa? Os clientes do Novo banco com papel comercial não interessam?

2º Se existem clientes que precisam de ser reconquistada a sua confiança no novo banco, são precisamente os clientes que tem papel comercial do GES, senão vejamos, o meu actual gestor de conta no novo banco é o mesmo do ex Bes. Como posso ter confiança num gestor que: quando tinha dinheiro à ordem, apenas me apresentou como produtos de investimento, produtos GES? Que consciente ou inconscientemente, comercializaram produtos, cujas contas estavam falseadas? O que me garante que amanhã não o façam outra vez?

3º Qual é a missão do banco de Portugal, que é um órgão público, pago pelos dinheiro dos contribuintes, como eu? Eu diria, que ente outros, é zelar pelos interesses desses mesmos cidadãos/ contribuintes... Hoje sabe-se que o banco de Portugal, tinha conhecimento deste problema e tardou a reagir, e nem o BP nem a CMVM, informaram os cidadãos, que era perigoso investir no GES, pois as contas eram falseadas. De qualquer forma, o BP, obrigou o BES, a criar uma provisão, para salvaguardar estes investidores. O que mudou agora, para essa provisão não ter transitado para o novo banco e o BP de Portugal não querer proteger esses investidores, como pelos vistos o queria no passado....provavelmente para ser um negócio melhor para os bancos, que contribuíram para o fundo de resolução! Então o banco de Portugal não serve para me proteger, mas sim, para proteger os interesses da banca? Então, devo deixar, com os meus impostos, de financiar o banco de Portugal, que sejam os bancos a fazê-lo..

3º do ponto de vista da comunicação, este processo tem sido muito mal gerido, com todo o impacto negativo que isso tem provocado junto dos clientes como eu ( ansiedade, nervosismo, desespero). Na resolução, foi afirmado pela administração de Vitor Bento, que seria uma prioridade resolver o problema do papel comercial, foram enviadas cartas para os clientes a dizer isso mesmo, foi publicitado no site do novo banco, e pelos gestores de conta, que no meu caso, chegaram-me a contactar com uma proposta de transformar o papel comercial em depósito a prazo.... proposta essa que não se veio a concretizar, pois entretanto mudou a administração. Agora, com esta nova administração, este assunto não é prioridade, nem uma obrigação, e nem sequer é publicitada já no site a intenção de encontrar uma solução pelo novo banco. Os gestores de conta, esses são sempre os mesmos, que vão continuando a dizer, cada vez mais emabaracados, à medida que o tempo passa, que se está a trabalhar numa solução.... Solução que nunca mais chega, e será que vai chegar?