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Há um grande bloco central
Há um grande bloco central que entretanto foi divido para que outrem (não democrático) pudesse reinar. No essencial, o Senso Comum é um bolo enorme da sociedade que concorda nos pontos essenciais. Querem uma sociedade livre, justa, segura, assente no mérito, com alguma (não muita) proteção estatal. As grandes diferenças entre PS e PSD foram instigadas por quem quer separar para reinar.
O que é o PSD?
PSD = PS + D , ou seja, PSD é o PS da Direita.
O que é o PS?
PS = PSD - D , ou seja, o PS é o PSD sem o centro Direita, ou seja, é um PS no centro-esquerda.
A Direita é o PSD menos o PS.
D = PSD - PS
Isto é pura matemática, que por acaso até joga bem com o alfabeto em português. Trata-se também de alguma inteligência necessária para conseguir descortinar o problema que se abre à nossa frente.
Resulta que
Senso Comum = Centro, e que,
Centro = Centro Esquerda + Centro Direita
Então, sendo o todo = 1, temos que,
1 = Centro + flancos <=>
1 = Centro (Esquerda + Direita) + Extrema (Esquerda + Direita)
Assim, se o problema reside num Bloco Central, composto por PS + PSD, com o qual ambos se encontram profundamente comprometidos, a solução poderá muito bem ser tentada através dos flancos, também conhecidos por radicais (esquerda + direita).
1 - Senso Comum (Esquerda + Direita) = Flancos (Esquerda + Direita)
1 - Bloco Central (PASOK + Nova Democracia) = Extremos (Syriza + Nacionalistas Gregos)
Foi precisamente esta a fórmula encontrada na Grécia, quer pelo resultado dos votos na Estrema Esquerda do Syriza, quer na aliança que este veio a fazer com a extrema direita nacionalista para garantir uma maioria absoluta, que lhes permita uma "confortável" governação.
A seguir a mesma fórmula em Portugal, teremos que ter a seguinte equação:
1 - Bloco Central (Esquerda + Direita) = Extremos (Esquerda + Direita)
1 - (PS + PSD) = )PCP + Bloco Esquerda + Livre + Verdes) + (Nacionalistas da Estrema Direita)
Tendo a extrema esquerda a vencer por votos e a extrema direita a subir ao poder por necessidade de garantir uma maioria absoluta que permita governar sem concessões, obrigatoriamente negociadas com o bloco central.
Isto caso acontecesse em Espanha, Portugal, Itália e Irlanda uma exata fotocópia do episódio legislativo grego, o que todos sabemos que estas coisas não se repetem assim, a "papel químico".
A experiência grega, mostra-nos antes de mais que... há que manter o espírito aberto para o que no passado se julgava impossível. E outra lição ainda... que está na altura de focarmos mais a nossa atenção nos que nos une, em vez do que nos divide, como tem sido triste apanágio do nosso passado coletivo.
Digo eu.
Rui M.F. Nascimento