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Ora com bossa liçença. Depois de ler tantos sábios a explicarem se têm ou não mentalidade do tipo “Je suis Charlie” este pobre ingunurante que só aprendeu a ler, escrever e contar até 99 porque depois a “fessora” foi para a Alfredo da Costa para ter um menino e não lhe ensinou mais nada ficou de cara à banda e quase se sente envergonhado por ter a ousadia de escrevinhar meia dúzia de disparates. Cá para o je que nunca leu Marcuse, Platão, Anaximandro, Spinoza, Russel e Kant, Maquiavel ou Paçókas Kuelhonis, Karrilho Barbáricus ou o pobre-kureano Ka-Vacu-Mudon, Adam Smith, Beauvoir e a mana Assunçãozinha Esteves, mailas obras completas em setenta e sete volumes em papel chagrin impressas em ”Times New Roman” do grande filósofo tuga o Professor Doutor Miguel Relvas, isto da Libardade é comá saúde ou se tem ou não se tem não há cá meias tintas para ninguém. Há jornais sérios (alguns chatos para burro) e há jornais humorísticos. Tivemos em Portugal (paz às suas almas…) o “Ridículos” e o “Sempre Fixe” que acabaram por falta de leitores. Nas Francias das Európias houveram o “Le Canard Enchaîné” depois o “Hara Kiri” que morreu com um punhal espetado na barriga e nos tempos modernos o “Charlie Hebdo” que herdou a velha tradição do “desenhando castigat mores”. Ora parece que ainda havia uns 35.000 maduros que achavam piada aos bonecos e iam aos kioskes dos grands boulevards gastar umas patacas para comprar o controverso jornal. Admitamos que é gente de baixo nível intelectual, mas carago os ingunurantes tamém têm direito a comerem daquilo que gostam: chalaça forte a zurzir no lombo dos bem pensantes que, por vezes, ainda são mais ridículos que o deus me livre. Para mais é ou não verdade que do Paçókas Kuelhonis até ao Tortas Irreversibilis (dois devotos dum Neoliberalismo aprendido na tasca do Friedman das Sandes) que vivemos num Estado laico onde é o sacrossanto Mercado que regula com a sua patinha invisível quais as empresas que devem existir por serem rentáveis e as que devem ir à vida por não terem freguesia? Ora bolas atão as minorias tamém não têm que ser respeitadas e os que são mesmo Charlies a sério (só 35.000…) não têm direito a todas as semanas se empanturrarem com as gargalhadas das bonecadas talvez por não terem dinheiro para bifes do lombo e lagosta a l’Americaine???
Será que já reciclaram os velhos coróneis da Cinsura da Rua da Misericórdia que tinham o direito (mais um lápis azul e uma tesoura bem afiada) de deixar que uns tantos falassem e outros tantos não pudessem abrir o bico dentro duma política de salvação nacional baseada no sistema político do Bico Calado? Desculpem qualquer coisinha…