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Gostei na globalidade do artigo.

Durante muito tempo tendi a desvalorizar o tema pensando "elas até gostam", "é uma brincadeira", etc...

No entanto tive há pouco tempo uma experiência que me obrigou a repensar sobre este assunto.

Numa tarde do Verão passado estava eu a passear sozinho por Harvard Square, parei junto de umas mesas onde se jogava xadrez. Nisto uma rapariga aproximou-se de mim e disse em inglês, enquanto rasgava um sorriso atiradiço: "Sabes, eu tenho uma teoria sobre o universo". Eu olhei admirado para ela, sorri envergonhado e continuei a ver os jogos ignorando-a. Pelo canto do olho conseguia ver que ela não tirava os olhos de mim. Pensei para mim "Oh meu Deus! Não acredito, estou a ser assediado!".

Apesar de nesta altura estar até a divertir-me com uma situação que nunca me tinha acontecido, fui cada vez sentido um incómodo pelo olhar penetrador da moça. Então retirei-me do local. Ela veio atrás de mim e voltou a atirar: "De onde vêm vocês com esses cus jeitosos?". Eu voltei-me e desta vez soltei uma gargalhada. Acelarei o passo e ela por fim disse "Já vi que me estás a dar com os pés, ao menos tens um cigarro." Ao que eu respondi "Eu não fumo."

Depois de ter levado com 2 piropos e me ter perseguido por uns 20 metros rapidamente passei da sensação de estar a passar por um momento embaraçoso e algo cómico, para chegar a temer um pouco pela minha segurança. 2 piropos e 20 metros. Bem menos do que a maioria das mulheres deve ser atingida com, diariamente. Que tipo de sentimentos lhes devem surgir mais que um mero temor pela sua segurança?