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É lamentável, para não dizer humilhante, que nos dias de hoje, num país sujeito a 3 anos de austericídio, após bastantes de austeridade, uma dirigente do partido/movimento BE, que se quer de massas (povo)e após mais de 13 anos de existência a "transformar a esquerda", aqui exponha, saudavelmente de forma singela e clara, a sua opinião sobre "as necessidades concretas e a solidariedade na luta", mas a conclua com um libelo tão acusatório das fraquezas (e das prioridades ausentes)do Bloco: "Perante a catástrofe que se abate é preciso sair do estado de choque e arregaçar as mangas, desenvolver ideias, encontros, alternativas, ação, analisando quais as prioridades, e parece-me que estas andam em torno da vida concreta das pessoas. Este é apenas um contributo para uma discussão que me parece que ainda precisamos ter."
"Sair do estado de choque... para uma discussão que parece que ainda precisamos de ter"? É esse, na questão que abordas, ainda hoje, o estado de muitos dos dirigentes do BE, de muitos dos seus activistas, Rita?
É sim! E é bom que se deixem das desculpas de "altas" ( e às vezes tão mesquinhas) análises políticas e da retórica dos discursos. Como tu dizes na resposta a um comentário, para além daqueles que citas, caritativos, sobretudo ligados à Igreja, onde estão os colectivos animados por activistas do BE (ou não), dando o exemplo da solidariedade de esquerda, na luta pela construção da emancipação social em comum dos pobres e do precariado?
Nem sequer os Precários Inflexíveis ainda se atreveram a isso. Para não falar nos sindicatos que, ao menos para honrarem as suas origens, já deveriam ter pegado a questão (e que propõem para tal os activistas sindicais do BE?).
Veremos se na preparação e no Encontro de 15 de Fevereiro os debates sobre a intervenção local e autárquica, sobre a organização e o trabalho de base, o seu acompanhamento pelas direcções distritais e nacional, continuarão ou não a ser palavras vãs, de circunstância, logo abandonadas ao sabor do mediatismo dos acontecimentos do momento, das alianças e das acções por cima, do pega e larga das campanhas e de todos ao molhe (a meia dúzia de activistas que vai a todas) e fé em deus. Vai ser também um bom teste o modo como a direcção e o partido vão pegar no processo e na campanha para o Parlamento Europeu.