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Cavaleiro investe duas vezes contra manifestantes anti-tourada

Junto à praça improvisada montada próximo do parque de campismo da Torreira, cerca de 40 pessoas expressavam o seu desagrado contra a realização da tourada. Os manifestantes encontravam-se sentados no chão, de forma pacífica, quando o cavaleiro Marcelo Mendes investiu com o seu cavalo contra eles, repetindo o ataque violento uns minutos depois.
No local estavam alguns membros da GNR que, segundo testemunhas, não intervieram.
O acontecimento foi gravado pelo jornal Notícias Ribeirinhas que fazia reportagem da manifestação. O vídeo (ver aqui) depressa chegou à Internet, tendo sido visto e partilhado por milhares de utilizadores.
“Ele investiu o cavalo contra nós. Isto é violência”, disse uma das responsáveis da manifestação, Mariana Pinho, àquele meio de comunicação. “Nós somos um grupo de manifestantes pacíficos, estamos aqui sentados, e eles investem contra nós”, acrescentou indignada.
Enquanto fugiam da investida de Marcelo Mendes, algumas pessoas caíram e magoaram-se.
“O cavaleiro investiu contra nós, as pessoas tiveram de fugir. Eu caí e torci o pé. Isto demonstra a agressividade das pessoas ligadas à tauromaquia”, argumentou Isabel Santos, que tinha ido do Porto, citada pelo Público.
Apenas depois da segunda investida, a polícia acabou por parar o cavaleiro, embora, segundo os manifestantes, tivesse demorado a intervir. Algumas pessoas afirmaram que iriam apresentar queixa à GNR da Murtosa, freguesia onde se organizou a corrida, contra o cavaleiro que fazia parte da organização da corrida, falando num “atentado à sua segurança”.
Tendo conhecimento do sucedido, o Bloco de Esquerda de Aveiro afirma em nota enviada à imprensa que repudia este ato, “que é um ataque claro contra pessoas indefesas” e “demonstra a matriz de quem realiza atos bárbaros contra animais”.
O Bloco exige às autoridades a aplicação da lei em vigor, não aceitando “que os ataques fiquem impunes”, lê-se no comunicado.
Entretanto, a Associação Animal, representada na manifestação, diz ter apresentado queixa à GNR de Murtosa e que “tudo fará para que esta situação não seja esquecida”, lê-se numa nota publicada no Facebook.
Ainda antes da realização da corrida de touros, havia nas redes sociais alguma contestação. No Facebook foi agendado um evento para o dia da corrida, apresentando-se uma carta à Câmara Municipal de Murtosa (CMM) com um apelo ao fim das touradas. Na carta, os assinantes sublinhavam que a Torreira nunca fora uma localidade com tradição tauromáquica, pelo que não faria sentido a realização de touradas.
No mesmo sentido, foi igualmente criada uma petição – “Não queremos touradas na Murtosa” – dirigida à CMM que, na quinta-feira, 30 de Agosto, contava com 300 subscritores.
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Esta é a prova do cinismo dos
Esta é a prova do cinismo dos políticos, que perante a eminência de uma guerra entre facções, assobia para o lado. Não só faz ouvidos moucos às pretensões dos defensores dos animais em ter um referendo sobre o assunto, como a GNR não detèm o cavaleiro em claro crime contra a integridade física de outrém (para não perturbar a realização do espectáculo), como ainda paga, através da Inspecção Geral das Actividades Culturais, um valor exorbitante ao Director de corrida e ao Veterinário de corrida por 2 horas de "trabalho", que não passa de imbecilidades como mandar tocar o cornetim e avaliar se o touro ainda está capaz de aguentar com mais farpas no lombo e proporcionar espectáculo. Caros senhores, quando o Estado corta nas pensões e ajudas sociais, vai gastar nestas parvoíces. Quem nos explica isto, e como nos pode um veterinário explicar, que ética tem quando participa num espectáculo cujo único objectivo é infligir sofrimento em animais?
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