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Milícias pró-Eduardo dos Santos atacam opositores

Os jovens que têm organizado manifestações pela demissão do presidente angolano foram atacados e espancados por um grupo armado com pistolas, catanas e barras de ferro durante uma reunião esta terça-feira à noite. As eleições em Angola estão marcadas para o dia 31 de agosto.
Jovens ativistas atacados por milícia pró regime em Angola. Foto publicada na Central 7331

Segundo relata o jornalista Rafael Marques, "pouco depois das 22h00, os atacantes irromperam, de surpresa, a residência do rapper Casimiro Carbono, no Bairro Nelito Soares, em Luanda, onde se encontravam reunidos 10 jovens". "De pistolas em punho, os atacantes espancaram violentamente Gaspar Luamba, Américo Vaz, Mbanza Hamza, Tukayano Rosalino, Alexandre Dias dos Santos, Jang Nómada, Massilon Chindombe, Mabiala Kianda, e Explosivo Mental. O anfitrião, Casimiro Carbono, escapou aos ataques por ter saído pouco antes para atender a um telefonema", diz o relato reproduzido no site Central 7311.

Os jovens activistas foram brutalmente espancados sob a ameaça de armas de fogo e esta é a segunda vez nos últimos dois meses que as milícias invadem a casa de Casimiro Carbono. A primeira foi na véspera do protesto de 10 de março, que também foi reprimido e causou vários feridos, entre eles o secretário-geral do Bloco Democrático, Filomeno Vieira Lopes. Vários membros desta milícia foram identificados como oficiais da Polícia Nacional.

Os ativistas passaram a contar esta semana com um programa na Rádio Despertar, a antiga Voz do Galo Negro da Unita que emite em FM para Luanda, onde anunciam os protestos e falam a favor da liberdade de expressão. Segundo Carbono Casimiro, a reunião, que sofreu o ataque, “visava traçar novas estratégias para o nosso programa de rádio, e estávamos também a discutir outros problemas de organização interna e projectos”.

"Para os terroristas que nos atacaram, saibam de uma vez por todas que não é com este tipo de acções cobardes que vão nos calar. Não funcionou na primeira vez, e não vai funcionar nunca. Ou nos matam, ou quê", avisa o texto publicado na Central 7311, cujo nome assinala o protesto de 7 de março de 2011 com que dezenas de jovens angolanos começaram a abalar as fundações do regime, que acusam de corrupto e repressor.

Esta quarta-feira, reuniu o Conselho da República convocado por José Eduardo dos Santos, para marcar as eleições gerais. De acordo com a Constituição revista, as eleições presidenciais desapareceram e o líder do partido mais votado torna-se automaticamente Presidente da República.

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