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Maternidade Alfredo da Costa: fecho não é lapso, é disparate e aldrabice!
O que embaraça o governo é não ter um só argumento válido para justificar aquela opção e não saber como obrigar centenas de médicos, enfermeiros e outros profissionais a deixar a maternidade e trocá-la por outros hospitais e serviços.
O governo decidiu cortar significativamente no orçamento do SNS e de todos os seus serviços (hospitais e centros de saúde). Sem orçamento e proibido pela troika de aumentar a dívida, a lógica de Paulo Macedo só tem um resultado possível: reduzir a assistência prestada para diminuir a despesa. Indiferente aos prejuízos e ao sofrimento que isso possa causar a quem precisa do SNS para cuidar da sua saúde
O fecho da maternidade Alfredo da Costa insere-se nesta lógica de cortar na despesa, custe o que custar ou, se quiserem, mesmo que custe cuidados e assistência de qualidade e altamente diferenciada. Fechar a maternidade, distribuir os profissionais pelos hospitais da região de Lisboa, pôr umas centenas no desemprego e, se possível, negociar o edifício por muitos milhões, é o que motiva Paulo Macedo.
A maternidade Alfredo da Costa é a que maior número de partos realiza e a de maior diferenciação técnica e tecnológica nas complexas áreas da gravidez de alto risco e dos cuidados neonatais. Não se percebe que se destrua uma unidade tão valiosa e permaneçam em funcionamento maternidades com menos partos, recursos e diferenciação.
Alguns pretensos entendidos lembraram-se agora que as maternidades devem estar integradas em hospitais gerais. Vão ter muitas para fechar, públicas e privadas, por esse país fora, a começar na maternidade Magalhães Coutinho (está no hospital da Estefânia que não é geral mas sim pediátrico) ou a Júlio Diniz, no Porto. E mais duas em Coimbra.
O encerramento da Maternidade Alfredo da Costa é a pior solução de todas as que se podem imaginar. Mesmo do ponto de vista da análise económica e financeira: vai ser preciso gastar muito dinheiro (e muitos anos) para reconstituir a excelência que sucessivas gerações de profissionais puseram de pé. A maternidade Alfredo da Costa tem um valor incalculável, desmembra-la, destruí-la, será sempre um prejuízo de enormes dimensões para o SNS, por mais poupanças que as contas mesquinhas e medíocres destes governantes possam fazer e anunciar.
Hoje a Alfredo da Costa, amanhã muitos outros hospitais serão fechados, total ou parcialmente. O pomposamente chamado plano de reorganização da rede hospitalar não é mais que uma lista de serviços e hospitais a abater. Está a ser assim no Médio Tejo, na região do Oeste, em Coimbra. E, agora, na Alfredo da Costa. Para troika ver, aplauso dos privados e prejuízo do SNS e dos cidadãos. Deste governo, outra coisa não seria de esperar.
E o governo não deve esperar outra coisa que não seja a resposta enérgica dos que não se resignam perante a destruição do SNS. Terça feira, ao fim da tarde, lá estaremos no abraço à Maternidade Alfredo da Costa.
Comments
Fui filha,irmã,mãe na MAC. Na
Fui filha,irmã,mãe na MAC. Na minha 1 gravidez precisei de sentir-me segura,de me entregar aos melhores cuidados possíveis, nem hesitei, dirigi-me à MAC.Não obstante as muitas coisas que funcionam mal, ou não funcionam,neste nosso país, a MAC é motivo de orgulho e de tranquilidade para todas as mulheres portuguesas que são ou projectam vi ser mães, pela experiência, profissionalismo e competência reconhecidas e tão importantes nesta fase da vida de qualquer mulher e das vidas que estas entregam ao mundo. Por consideração às mães deste país, por consideração às gerações vindouras, esta é a decisão a não tomar. Neste período tão dificil, em que os obstáculos se acumulam, em que vemos amigos/familiares/conhecidos perder o emprego, emigrar,neste período em que poucas coisas são certas, há que preservar a todo o custo aquilo que temos de melhor, o que fizemos bem, o que é importante e a MAC é tudo isso e mais.
Sou contribuinte, nunca
Sou contribuinte, nunca deixei de pagar os meus impostos nem de censurar quem deixa de o fazer, sou eleitora que sempre exerceu o seu direito de voto, por isso digo com todo o direito que não aceito esta decisão, nem os "pobres" argumentos apresentados por este ministro de curta visão, que apenas percebe de números, que não se informa, que não pondera: <0=fecha, >0=mantem;para este tipo de decisões temos computadores,sr. ministro,não precisamos de si, se calhar podemos também dispensá-lo e sempre poupamos uns euros.Não podemos ficar de braços cruzados desta vez, isto está a ir longe de mais, afinal de contas, os "investidores"/"accionistas" somos nós, é a nós quem compete decidir sobre questões desta importância!O sr. ministro é o "director executivo" e não está a ter em conta os nossos interesses!
Ouvi o João Semedo dizer há
Ouvi o João Semedo dizer há pouco num Jornal da SIC "que ainda acreditava no bom senso deste governo e no não concretizar do encerramento da MAC".
Bom senso? Neste (des)governo? Onde? Quando? Em quê? Bom senso, ou simplesmente senso, é coisa que não mora por aqueles lados, são palavras que não constam no Dicionário homúnculo.
Depois do encerramento da Maternidade Magalhães Coutinho e do agora anunciado fechar de portas da MAC, cheguei à conclusão de que os seres que integram este (des)governo não nasceram nem de parto natural, nem com 'forceps', nem de cesariana. Simplesmente não nasceram: foram defecados.
Que esperava, sinceramente,
Que esperava, sinceramente, de um ministro com este curriculum na área da saúde?
Respeito todas as opiniões,
Respeito todas as opiniões, mas não concordo. Não percebo o porquê de tanta agitação contra o fecho de uma maternidade que quase não se justifica pelos partos que faz."...reduzir a assistência prestada para diminuir a despesa"??? Todos continuam a ter a assistência de que necessitam, não vamos ajeitar o discurso consoante as nossas conveniências, e de facto, a despesa diminui, pois neste momento, num país sem dinheiro para nada, onde falta pouco para a população inativa ser superior à ativa, e quando se gasta cerca de 30 milhões de euros por dia só com a saúde, é preciso avaliar a situação e aproveitar melhor outros espaços onde a MAC pode ser integrada.
Neste país é difícil fazer alguma coisa. Muito difícil. E ao contrario do que dizem em relação à MAC...apenas digo, que já lá fui muito mal tratada pelos médicos que todos dizem ser excelentes profissionais de saúde. Uma desilusão completa, com uma grande falta de humanismo por parte daquela MAC.
Mas este povo é mesmo assim, venha de quem vier, tomou uma medida??? Então, vamos protestar, reclamar e empatar!!!
Infelizmente é assim...
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