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Em fase de despedimentos, administradores da TAP passam a receber quase o dobro

Numa fase em que se sabe que a administração da TAP prevê avançar com cerca de dois mil despedimentos e reduzir salários a 25% dos seus trabalhadores, foi com surpresa que a notícia do aumento salarial para quase o dobro de três administradores foi recebida.
O Bloco de Esquerda dirigiu uma pergunta nesse sentido ao Ministério das Infraestruturas e Habitação, procurando saber como é que o Governo justifica semelhante decisão e se está disponível para a reverter.
De acordo com a informação que consta no documento enviado pelo partido, o administrador Ramiro Sequeira passou de 18 mil euros para 35 mil euros brutos (com efeitos retroativos a setembro, quando foi nomeado CEO interino). Já Miguel Frasquilho passou de receber 12 mil para 13,5 mil euros brutos por mês, e Alexandra Vieira Reis passou de 14 mil para 25 mil euros mensais. Esta decisão terá sido tomada em outubro pela Comissão de Vencimentos da TAP e o Estado, embora não esteja presente naquele órgão, teve de dar o seu aval.
A #TAP tem no horizonte um plano de reestruturação com milhares de despedimentos e cortes salariais. Neste contexto, esta decisão é um erro inaceitável e um desrespeito para com milhares de trabalhadores e famílias. https://t.co/uzxORFV5WU
— Isabel Pires (@isabelruapires) December 29, 2020
O partido afirma que "não é compreensível ou aceitável que se estejam a prever cerca de 2.000 despedimentos e reduções salariais de 25% aos trabalhadores e, ao mesmo tempo, se decidam subidas salariais na administração".
"Não se podem pedir todos os sacrifícios aos trabalhadores, enquanto os elementos da administração, que auferem salários muito acima da média da empresa, veem o seu rendimento aumentado de forma substancial", lê-se no documento assinado pela deputada Isabel Pires.
Assim, querem que o ministro Pedro Nuno Santos indique se "deu o aval à decisão de subida salarial dos três membros do conselho de administração”, uma vez que este "referiu, no parlamento, que iriam verificar possíveis ‘mordomias’ na administração e que os cortes salariais seriam transversais à empresa”.
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Comments
Benefício ao infractor
É com decisões deste tipo, que os inimigos da democracia "trabalham" a indignação do povo, que é legítima. Destrói-se uma empresa de referência, pratica-se gestão incompetente (para ser benévolo...) e depois ainda se arrecada mais algum. Não se queixem assim, do afastamento das pessoas no que respeita ao(s) seu(s) dever(es) cívico(s). Pratique-se, num caso como este o direito à indignação!
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