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CP sem dinheiro para pagar salários do próximo mês

A empresa de transporte ferroviário está a perder 20 milhões de euros por mês e teve de reembolsar mais um milhão de euros a clientes por viagens não realizadas. Bloco questionou de que forma o governo pretende garantir o funcionamento da CP, sem colocar em causa os salários dos trabalhadores.
Comboio na estação do Rossio. Foto de Paulete Matos.
Comboio na estação do Rossio. Foto de Paulete Matos.

Depois do mês de abril, a CP não sabe como pagará salários. A notícia é do Público, que estima em 95% a perda de receitas da empresa, enquanto a oferta se reduziu em 25%.

Segundo este jornal, a CP foi mesmo obrigada a enviar verbas para as suas bilheteiras de forma a conseguir pagar reembolsos de viagens compradas mas não efetuadas. O total de reembolsos terá sido, em quatro semanas, um milhão de euros.

A redução brutal de entrada de dinheiro fez ainda com que a CP tenha sido obrigada a usar o saldo da conta de gerência de 2019, “que habitualmente fica cativado pelas Finanças” diz o jornal, para pagar salários de março e abril. Esgotado o montante, não se sabe como os salários do mês de maio serão pagos. Por mês, a empresa terá custos com pessoal de 7,5 milhões de euros, segundo uma estimativa feita com base no relatório e contas de 2018.

Hora de ponta termina mais cedo

O confinamento, para além de ter alterado as receitas da empresa, também mudou os fluxos de passageiros. De manhã, a hora de ponta da CP concentrou-se entre as seis e as oito horas. Na Fertagus, acontece, aliás, algo semelhante: a hora de ponta dura entre as 6.30 e as 7.30, quando antes era até às nove.

Os comboios estão, neste período, cheios, devido às deslocações pendulares dos trabalhadores de profissões menos qualificadas. Em teletrabalho estão trabalhadores que entravam mais tarde ao serviço.

O grupo parlamentar do Bloco já questionou o governo sobre este assunto. Na pergunta endereçada ao Ministério das Infraestruturas e Habitação, a deputada Isabel Pires procura saber qual o ponto de situação relativamente ao contrato de serviço público, nomeadamente a data da sua entrada em vigor. Além disso, a deputada bloquista quer saber de que forma o governo pretende garantir o funcionamento da CP "sem colocar em causa o salário de milhares de trabalhadores".

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