You are here

Catroga com salário milionário na EDP

O responsável pelo programa eleitoral do PSD, Eduardo Catroga, deverá receber 639 mil euros por ano como presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, acumulando o salário com uma pensão de 9600 euros mensais. O Bloco exige conhecer os critérios seguidos pelo Governo nas nomeações, em tons laranja, para a EDP.

Eduardo Catroga vai receber um salário de 45 mil euros mensais, ou 639 mil euros por ano, como presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP. Catroga - que foi o coordenador do programa eleitoral do PSD e representou este partido nas negociações com a troika, onde ficou decidida a privatização da EDP - acumulará este salário com uma pensão de 9600 euros.

O ex-ministro das Finanças dos governos de Cavaco Silva deverá ser eleito para o cargo na assembleia geral da EDP, marcada para 20 de Fevereiro. Em resposta ao Correio da Manhã, que divulgou hoje o valor deste salário milionário, Eduardo Catroga afirmou que "50% do que eu ganho vai para impostos. Quanto mais ganhar, maior é a receita do Estado com o pagamento dos meus impostos, e isso tem um efeito redistributivo para as políticas sociais".

As nomeações para a EDP têm estado envoltas em polémica desde que se conhecem os nomes. Eduardo Catroga, Braga de Macedo, Celeste Cardona, Paulo Teixeira Pinto, Rocha Vieira e Ilídio Pinho fazem parte do conjunto de 11 nomes propostos à assembleia-geral de acionistas para integrar o conselho geral de supervisão da EDP.

O Bloco de Esquerda diz que “o Governo não está apenas a privatizar a EDP, está também a partidarizar a sua administração”, exigindo que a maioria de direita clarifique os critérios seguidos pelo Estado: “é indispensável que o ministro das Finanças, urgentemente e com toda a clareza, diga aos portugueses que orientações defendeu a Parpública em relação a cada uma destas nomeações”, afirmou ontem o deputado João Semedo.

“Eu, como todos os portugueses, ainda me lembro de ouvir Pedro Passos Coelho durante a campanha eleitoral prometer que se o PSD formasse Governo, o Governo deixaria de ser uma agência para empregar os amigos do partido. Bom, não é isso que acontece na EDP, como também não aconteceu na Caixa Geral de Depósitos, nem está a acontecer em muitos hospitais empresa onde as nomeações têm, de facto, uma natureza e um cariz predominantemente partidário”, afirmou ontem João Semedo. 

Artigos relacionados: 

Termos relacionados Política
Comentários (8)