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Catarina Martins defende que nenhuma carreira pode ser ignorada

Segundo a coordenadora do Bloco, a luta dos professores “é muito justa” e “chama-nos a atenção para uma luta que é de todo o país”. Seja no setor público, seja no privado, é importante lutar pela salvaguarda "dos direitos de quem trabalha", defendeu.
Foto de Rui Minderico, Flickr.

Questionada sobre a “declaração de compromisso” alcançada esta madrugada entre o Governo e os sindicatos dos professores, a coordenadora do Bloco afirmou que “tudo indica que estamos no caminho para uma negociação que possa ter em conta a contagem integral do tempo de serviço dos professores, tinha de ser”.

“Toda a gente compreende que não é igual [termos] alguém que começa hoje numa função ou alguém que já está na função há 10 anos", frisou Catarina Martins à margem de uma visita que realizou ao Míscaros - Festival do Cogumelo na freguesia do Alcaide, concelho do Fundão, distrito de Castelo Branco.

"As carreiras não podem ser ignoradas e não são só as dos professores. É muito justa a luta dos professores e das professoras e chama-nos a atenção para uma luta que é de todo o país, [ou seja], que os trabalhadores têm de ser respeitados pelas suas carreiras e, portanto, tem de haver contagem de tempo de serviço para toda a gente", avançou ainda a dirigente bloquista.


Governo e sindicatos de professores assinam “declaração de compromisso”


Lembrando que a CGTP agendou para este sábado uma manifestação nacional: Valorizar o Trabalho e os Trabalhadores, Catarina Martins assinalou a preocupação do Bloco face aos problemas vividos pelos trabalhadores do setor privado, nomeadamente no que respeita ao facto de os salários estarem a evoluir abaixo da produtividade, ou seja, por serem abaixo do que deviam ser.

Lembrando que a própria União Europeia deixou este alerta, a coordenadora do Bloco defendeu que, seja no setor público, seja no privado, é importante lutar pela salvaguarda "dos direitos de quem trabalha" e que para isso tem de se manter "um percurso que recupere rendimentos do trabalho, que recupere a economia em Portugal e que faça criação de emprego".

“Vai ser preciso mais” para responder aos problemas dos fogos e da seca

No que respeita aos problemas criados pelos fogos e pela seca, Catarina Martins defendeu que "é preciso agir e mudar", por forma a criar soluções de futuro.

"Temos trabalhado bastante, e agora no Orçamento do Estado há propostas sobre isso, mas vai ser preciso mais porque as alterações climáticas vieram para ficar e, portanto, vamos precisar de perceber que algumas coisas na floresta têm mesmo de mudar e na agricultura também", vincou.

Defendendo a reconversão florestal e agrícola como uma boa medida, a dirigente reivindicou também "apoios efetivos" para aqueles que estão no terreno.

"Não podemos ficar simplesmente chocados com o que aconteceu, nem simplesmente preocupados com a seca. Precisamos de ter mecanismos efetivos e para isso vai ser preciso mudar muito na nossa produção agrícola e na nossa produção florestal", alertou.

Segundo Catarina Martins, para que essas alterações possam avançar o Estado também tem de "reconstruir" uma "presença forte junto do território", por exemplo, através da reativação de "serviços que foram sendo encerrados e desbaratados" e colocando técnicos junto dos agricultores.

"É precioso o Estado estar presente porque isso [a reconversão] só se faz em diálogo com as populações, não se faz seguramente com o abandono do Interior", sinalizou.

Fim das portagens do interior: Bloco estará exigente e vigilante nesta matéria

"Temos vindo a propor, já há bastante tempo, que estas portagens [nas antigas SCUT] devem acabar. O Governo quer fazer isto de uma forma faseada, mas o importante é que se deem passos muito concretos e o Bloco estará exigente e vigilante nesta matéria", afirmou Catarina Martins.

"Não é aceitável dizer-se ao interior que se encerram hospitais, tribunais, repartições de finanças, seja o que for, e depois para as pessoas terem acesso aos mais básicos instrumentos de serviço público têm de andar em estradas, onde, ainda por cima, pagam portagens. Portanto isto é uma asfixia dupla do interior", assinalou.

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