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“Não aceitamos esta política de medo e de resignação”
Em conferência de imprensa, o representante da CGTP anunciou um conjunto de iniciativas de protesto contra as medidas de austeridade que, “para além do acelerado desemprego”, provocarão um “desmesurado aumento do custo de vida e significativos cortes nos rendimentos dos trabalhadores, empobrecendo drasticamente o país”.
Em 18 de janeiro, realizar-se-á uma concentração de activistas sindicais junto à Assembleia da República, enquanto a 21 de janeiro, a intersindical promove uma marcha contra a precariedade de 7 km no Vale do Ave / Guimarães. Para 11 de fevereiro foi agendada uma Grande Manifestação Nacional, em Lisboa.
Carvalho da Silva alertou, durante a conferência de imprensa, para as consequências “demolidoras” das medidas de austeridade, entre as quais o “preocupante e muito acelerado agravamento do desemprego”, que deverá aumentar exponencialmente este ano, podendo o país contar com mais duzentos mil desempregados.
O líder sindical referiu-se também ao aumento da jornada de trabalho, sendo que “em média, cada trabalhador está convidado a trabalhar, no mínimo, trinta dias gratuitos em cada ano”, à redução salarial, que, tanto no setor público como no privado, implicará a perda de, em média, dois a três salários por ano, ao “violentíssimo” corte nos direitos sociais fundamentais, à “diminuição e amputação de componentes da democracia portuguesa” e “à perda de soberania”.
Carvalho da Silva aproveitou ainda para “denunciar a atuação pouco leal por parte da maior parte dos representantes patronais que se apresentam perante o país como muito empenhados e disponíveis para a negociação e o diálogo em nome do crescimento e da resolução dos problemas da economia mas fazem esta observação debaixo de duas falácias monumentais”.
Segundo o representante da CGTP, os representantes patronais “sabem, e afirmam-no em reuniões privadas, que os caminhos que a economia está a seguir não resolvem os problemas das empresas”, nomeadamente, “o problema da disponibilidade de investimento, das condições de tesouraria das empresas, da necessidade de apoio a atividades que potenciam as capacidades e os recursos nacionais e o combate à economia clandestina”.
Por outro lado, os representantes patronais só estão disponíveis para negociar se o governo implementar alterações nas condições de trabalho, denuncia Carvalho da Silva.
Carvalho da Silva acusa primeiro-ministro de “populismo e hipocrisia política”
O líder sindical acusa Pedro Passos Coelho de “populismo e hipocrisia política” por este querer convencer os portugueses de que os problemas das pessoas nada têm a ver com políticas seguidas.
Por outro lado, Carvalho da Silva acusa o presidente da República de não agir em conformidade com a sua suposta preocupação face a “algumas injustiças e incorreções presentes no Orçamento do Estado” e de reduzir o diálogo social à questão da competitividade, dando cobertura à chantagem perpetuada contra os trabalhadores.
Comments
Face a isto, que está
Face a isto, que está basicamente correcto, o quê? Onde está a resposta à altura do movimento social/sindical?A pergunta a fazer-se é: como obrigar o patronato e o governo a recuarem?
Tem de ser feito um trabalho na base, DENTRO dos locais de trabalho; utilizando as liberdades cívicas e sindicais, no máximo. Discordo de grandes manifs porque são apenas uma forma de entreter uma militância, desejosa de «deitar cá para fora a indignação que ressente», etc, mas sem a mínima eficácia face ao poder de Estado e patronal. Fazê-las, implica mobilizar recursos humanos e financeiros importantes, sobretudo implica desviar o potencial de combate de centenas de milhares de indivíduos para algo inócuo.
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